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Mulher que fez ataques racistas contra Eddy Jr. terá de deixar prédio em SP, determina Justiça

A Justiça de São Paulo deu prazo de 90 dias para que a aposentada Elisabeth Morrone e seu filho deixem o condomínio onde residem, na Barra Funda, zona oeste da capital. Mãe e filho estão envolvidos em episódio de racismo contra o humorista e músico Eddy J

José Maria Tomazela (via Agência Estado)

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Escrito por José Maria Tomazela (via Agência Estado)
Publicado em 17.07.2024, 17:06:00 Editado em 17.07.2024, 17:11:02
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A Justiça de São Paulo deu prazo de 90 dias para que a aposentada Elisabeth Morrone e seu filho deixem o condomínio onde residem, na Barra Funda, zona oeste da capital. Mãe e filho estão envolvidos em episódio de racismo contra o humorista e músico Eddy Júnior, ex-morador do local.

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A sentença foi dada na segunda-feira, 15, pela juíza Laura de Mattos Almeida, da 29.ª Vara Cível. A magistrada levou em conta o "comportamento antissocial" demonstrado pela aposentada e seu filho. A defesa deles informou que vai entrar com recurso para que ambos sejam mantidos no condomínio e classificou a decisão da Justiça como "monstruosa"

A ação foi movida pela administração do Condomínio United Home & Work depois de virem à tona agressões verbais contra o humorista. Em outubro de 2022, Eddy relatou nas redes sociais que a mulher e o filho se recusaram a usar o mesmo elevador que ele e ela o ofendeu com xingamentos racistas, como "macaco, imundo, feio, urubu e neguinho perigoso". A juíza entendeu que a impossibilidade de se conviver harmonicamente no condomínio permite que os condôminos adotem medidas de restrição ao direito de propriedade.

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Em assembleia do condomínio, em novembro de 2022, os condôminos já haviam deliberado por maioria pela exclusão da aposentada e seu filho. "No caso, a restrição à fruição do bem para impossibilitar a moradia é mesmo medida adequada e necessária para o restabelecimento da ordem no condomínio, não sendo desarrazoada a aplicação da sanção limitativa do direito de propriedade, face às graves condutas praticadas pela condômina, o que mostra o acerto da deliberação dos demais condôminos", escreveu a juíza.

Com a expulsão, caso a sentença não seja revista no recurso, Elisabeth fica impedida de voltar a residir no local, mas mantém o direito de propriedade sobre o apartamento, podendo vender, permutar ou alugar a unidade. A condômina já havia sido multada duas vezes, totalizando R$ 6,9 mil, devido à confusão decorrente dos xingamentos ao músico. Ela também acionou o condomínio, pedindo a anulação das multas e uma indenização de R$ 50 mil por danos morais devido ao caso. A Justiça, porém, indeferiu os pedidos.

Em julho de 2023, a Justiça acatou a denúncia contra Elisabeth e seu filho pelo crime de ameaça contra o humorista. A mulher responde também por injúria racial, por ter empregado termos como "macaco" ao se dirigir ao artista. Depois da confusão, o humorista Eddy Junior se mudou do condomínio. A reportagem entrou em contato com o artista e aguarda retorno.

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O advogado José Beraldo, que atua na defesa de Elisabeth Morrone e seu filho, vai entrar com recurso para que ambos sejam mantidos no condomínio. "A decisão chega a ser monstruosa. Expulsar uma mãe que cuida de um filho doente e de uma doença grave é um absurdo. O direito à moradia é um direito abissal", disse. Segundo ele, a mulher é uma senhora idosa e batalha sozinha para cuidar do filho, que faz tratamentos mentais há mais de dez anos.

O homem recebe acompanhamento do Centro de Atenão Psicossocial (Caps). "Elizabeth possui a curatela do filho devidamente legalizada. Ou seja, trata-se de pessoa inimputável, que não tinha consciência do que estava fazendo naquele momento, questão que já foi levantada e suscitada em processo criminal no Fórum da Barra Funda", disse.

Segundo o defensor, mãe e filho vêm sofrendo injustiça com acusações falsas e perseguição. "Quanto à alegação de comentários racistas proferidos por Elisabeth em agosto de 2022, é pertinente notar que Edson (Eddy Junior) não formalizou uma representação na época dos acontecimentos. Tal omissão levanta questionamentos sobre os motivos que o levaram a não tomar medidas imediatas diante de alegadas ofensas raciais, lançando luz sobre a necessidade de se compreender a razão subjacente a essa decisão", disse.

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Sobre as acusações de ameaças e agressões verbais atribuídas ao filho, o advogado considera plausível interpretá-las sob a perspectiva de legítima defesa, "pois este é interditado e possui doença mental, dada a natureza das acusações e o contexto de tensão existente entre as partes envolvidas".

Para ele, há controvérsias envolvendo testemunhas e evidências, "portanto, é imperativo conduzir uma investigação minuciosa que leve em conta todas as versões dos acontecimentos antes de formular conclusões definitivas sobre o caso em questão."

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