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Mulher leva corpo da irmã até hospital para comprovar óbito

A moradora de um povoado teve que levar o corpo da irmã até um hospital para conseguir atestado de óbito

Da Redação

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Mulher leva corpo da irmã até hospital para comprovar óbito
Icone Camera Foto por Arquivo pessoal
Escrito por Da Redação
Publicado em 25.04.2022, 10:41:06 Editado em 25.04.2022, 10:41:04
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Uma moradora de um povoado teve que levar o corpo da irmã até um hospital para conseguir atestado de óbito. A família, que vive no assentamento Irmã Adelaide, em Tocantins, ficou com o corpo em casa por quase um dia sem conseguir velar ou enterrar.

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Os familiares informaram que Deusirene Ferreira de Aquino, de 54 anos, morreu de causas naturais na varanda da residência onde vivia. A irmã dela teve que enrolar o corpo em uma lona, colocar na carroceria de carro e fazer uma peregrinação até conseguir atendimento para emitir o atestado de óbito.

No último dia 16, Deusirene sofreu um mal-estar durante a manhã. Já no período da tarde, ela não conseguia se levantar da rede, por conta de fraqueza e diarreia.

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O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado pela irmã da mulher, Raimunda Ferreira Aquino. Os socorristas deveriam sair de Palmas e o tempo de espera seria de aproximadamente 30 minutos.

Aproximadamente duas horas depois a ambulância ainda não tinha chegado e Deusirene morreu na rede onde estava deitada. "Às vezes se eles tivessem chegado a tempo minha irmã não tinha ido a óbito", disse a lavradora.

Só que dor da perda não foi à única angústia vivida naquele dia e o sofrimento estava apenas começando. Ao ligar para funerária, a irmã descobriu que precisaria do atestado de óbito para que o corpo pudesse ser removido.

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Só que a unidade de saúde do povoado não tem atendimento no fim de semana e os moradores dizem que a ambulância do assentamento está quebrada desde o ano passado.

Ainda com o corpo deitado na rede, dona Raimunda foi orientada por policiais a procurar uma delegacia. Ela seguiu para Barrolândia, cidade mais próxima, mas deu de cara com o portão fechado. "Lá não tem delegacia aberta no fim de semana nem em feriado."

Até ao Instituto Médico Legal eles recorreram, mas sem resultado porque a morte não tinha indícios de crime. A lavradora retornou para casa e, desesperada ao ver a irmã morta sem atendimento, decidiu ela mesma levar o corpo até o hospital de Miracema do Tocantins, sede do povoado.

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"Eu peguei, com rede e tudo, pedi dois homens que tinha aqui. Eles pegaram [o corpo], eu abri a lona e eles colocaram com rede e tudo. Estava com as perninhas dobradas, bem encolhida porque os nervos tinham endurecido. A gente enrolou em duas lonas", disse.

No hospital a lavradora finalmente foi atendida, conseguiu a documentação e retornou ao assentamento com o corpo da irmã enrolado na lona e na carroceria do carro.

Só às 3h da madrugada de domingo (17) é que o corpo foi recolhido pela funerária. Ao longo de todo esse tempo, o Samu nunca chegou. "A não ser que eles estão na estrada. Erraram a estrada e nunca apareceram de sábado pra cá [sic] porque não me deram satisfação alguma", disse.

Como o corpo ficou sem tratamento adequado por quase 17 horas, o velório de verdade só pode durar alguns minutos. "Para mim foi uma humilhação muito grande. No momento que eu mais precisei, podia estar ao menos velando a minha irmã, eu estava velando ela enrolada em uma lona, dentro do carro enrolada em uma lona", lamentou a irmã.

As informações são do g1.

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