O Ministério Público do Pará (MPPA) pediu, por meio de ofício enviado nessa terça-feira (11/10), que a ex-ministra Damares Alves (Republicanos) preste informações sobre as acusações de tráfico infantil e crimes sexuais na Ilha de Marajó, no norte do estado, denunciados pela senadora eleita. A reportagem é do Metrópoles.
Em vídeo divulgado no último fim de semana, a ex-chefe do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) ordenou ações para o resgate de crianças que teriam sido traficadas para fins sexuais na Ilha de Marajó.
“Fomos para a Ilha do Marajó e, lá, descobrimos que nossas crianças estavam sendo traficadas. Nós descobrimos que essas crianças comem comida pastosa para o intestino ficar livre para a hora do sexo anal. Bolsonaro disse: ‘Nós vamos atrás de todas elas’. E o inferno se levantou contra esse homem”, disse Damares.
No ofício enviado à ex-ministra, o MPPA pede que ela envie, em até cinco dias, documentos que confirmem a existência de uma suposta rede de crimes sexuais na região. A instituição destacou que ainda não há pedidos de apuração registrados sobre o caso relatado por Damares.
“O Ministério Público do Estado do Pará ressalta que, até o presente momento, nenhum dos fatos relatados pela ex-ministra Damares Alves foi encaminhado formalmente aos promotores de Justiça que atuam na região do Marajó”, consta no ofício.
Em nota divulgada na página oficial da instituição, o MPPA mencionou a atuação do Ministério Público no combate a crimes sexuais e outras violações de direitos humanos na região.
“Destaca-se que o Mistério Público tem adotado tanto medidas para fortalecimento da rede de proteção quanto ações para efetiva responsabilização dos autores, sendo o enfrentamento à violência sexual diretriz prioritária de atuação, inserida no Plano Setorial para Infância e Juventude do MPPA”, salientou o texto.
Polícia Civil
Em nota, a Polícia Civil do Pará também informou que “não há registro referente aos modos de atuação descritos pela ex-ministra”. O órgão também encaminhou ofício ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos solicitando “documentos e mídias” citados por Damares para subsidiar “de forma urgente investigação sobre os fatos relatados”.
“A PC esclarece ainda que são realizados atendimentos e investigações de forma incessante na região por meio de Delegacias Especializadas, tanto no Marajó Ocidental, quanto no Marajó Oriental, cobrindo assim todo o arquipélago, além de tratativas junto com o Ministério Público e a sociedade civil organizada para atender, de forma efetiva, as demandas pertinentes a proteção de crianças e adolescentes da região do Marajó”, informou a corporação.
Rebeca Borges, para o Metrópoles
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