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MP denuncia por estelionato estudante suspeita de desviar dinheiro da formatura

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou na quarta-feira, 22, a estudante de Medicina da USP Alicia Dudy Muller por cometer os crimes de estelionato consumado por oito vezes e um tentado. A jovem, de 25 anos, é suspeita de desviar R$ 927,7 mil

Caio Possati (via Agência Estado)

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Escrito por Caio Possati (via Agência Estado)
Publicado em 23.03.2023, 07:03:00 Editado em 23.03.2023, 07:08:00
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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou na quarta-feira, 22, a estudante de Medicina da USP Alicia Dudy Muller por cometer os crimes de estelionato consumado por oito vezes e um tentado. A jovem, de 25 anos, é suspeita de desviar R$ 927,7 mil reais da Comissão de Formatura, que estavam sendo juntados para pagar a festa de graduação dos futuros médicos da 106ª turma do curso.

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O texto da denúncia, assinada pelo promotor Fabiano Pavan Severiano, afirma que a jovem teria praticado estelionato por oito vezes e tentado em uma nona oportunidade, que não chegou a ser concretizada. Se a Justiça de São Paulo aceitar a denúncia, Alicia Muller, que segue estudando na universidade, se tornará ré.

A quantidade de crimes praticados por Alicia se refere ao número de ocasiões em que ela teria pedido à empresa, contratada para organizar a festa, para transferir o montante da conta bancária da comissão para a sua particular.

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Os repasses teriam começado em 2021, em 25 de novembro, e se estendido ao longo do ano passado em outras sete ocasiões. Os oito pedidos totalizaram a transferência de R$ 927.765,33 para as contas da denunciada, que era, na época, a presidente da Comissão de Formatura da turma.

Ela teria tentado uma nova transferência em janeiro deste ano. Mas a empresa, já ciente da situação via colegas de Alícia, não concretizou o que seria o nono repasse.

Para conseguir os recursos, conforme a denúncia, a estudante solicitava as transferências fingindo que estava agindo com aprovação dos outros integrantes da comissão e colegas de turma.

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Além disso, um estatuto da Associação de Formatura, feito em março de 2021, previa que os pedidos de transferências deveriam ser aprovados por meio de assinaturas do presidente, do vice-presidente e do tesoureiro da comissão. Porém, de acordo com o Ministério Público, o estatuto nunca chegou a ser registrado e a própria Alicia teria se prontificado a formalizar esse registro.

"Finalmente, em 01/03/2021, foi elaborado o Estatuto da Associação de Formatura, assinado e subscrito, inclusive, por Alicia, nele ficando ressaltado que qualquer transferência de dinheiro dependeria das assinaturas do presidente ou vice, e, necessariamente, do tesoureiro", afirma Fabiano Pavan Severiano.

"Contudo", continua o promotor "tal estatuto nunca foi levado a registro por Alicia, embora tenha se comprometido a tanto",

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Ao Estadão, Alicia Muller, diz que o Estatuto da comissão estava sob responsabilidade de uma colega e que a comissão de formatura "já tinha sido informada das movimentações por mim e pela empresa". "No mais, aguardo o andamento da denúncia e me mantenho cursando a faculdade", disse a estudante. A reportagem tentou contato com Gabriela Sarti, mas não teve retorno até a publicação do texto.

Por meio de nota, a defesa de Alícia afirma que não foi notificada oficialmente da denúncia ainda e que "desconhece a veracidade das alegações" do Ministério Público. O advogado Sergio Ricardo Stocco Giolo, que assina o comunicado, diz ainda que a defesa nunca foi procurada pelo MP do Estado para "expor a verdadeira versão dos fatos".

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A nota informa que Alícia está "tranquila e serena", e que "continua à disposição das autoridades judiciárias" para esclarecer os assuntos referentes à denúncia.

O caso

Em janeiro deste ano, Alicia admitiu ter desviado o dinheiro da comissão. Primeiro, ela disse aos colegas de turma que tinha sido vítima de um golpe praticado por uma empresa de investimentos. Porém, dias depois, em depoimento à polícia civil, ela admitiu que usou os valores acumulados no fundo da formatura para gastos pessoais e apostas em casas lotéricas para tentar reaver o dinheiro perdido - mas sem êxito.

A investigação policial constatou que a Alicia tinha melhorado o padrão de vida nos últimos meses e usado parte do montante para o aluguel de um imóvel, de carro e de aparelhos eletrônicos.

A Ás Formaturas assumiu a responsabilidade de realizar a festa e cobrar dos estudantes apenas os valores que restam para o pagamento da formatura. Para conseguir recuperar o dinheiro perdido, os alunos da USP organizaram vaquinhas na internet e chegaram a pedir doações para influenciadores.

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