Morreu na tarde deste domingo, 3, aos 63 anos, o escritor, pensador, líder da causa quilombola e ativista do movimento negro Antônio Bispo dos Santos, o Nêgo Bispo, em razão de uma parada cardiorrespiratória, no hospital da cidade de São João do Piauí, a 460 quilômetros de Teresina.
Piauiense, nasceu em 1959 no Vale do Rio Berlengas, e cresceu no quilombo Saco-Curtume, no município de São João do Piauí. Nêgo bispo se notabilizou como umas das principais vozes de defesa do movimento quilombola, e tornou-se referência na luta pelos direitos humanos e igualdade racial.
Antônio Bispo do Santos foi autor de livros, artigos e poesias que são considerados fundamentais para a preservação da cultura e identidade quilombola. Foi professor convidado do Encontro de Saberes da Universidade de Brasília (UNB) e da Formação Transversal em Saberes Tradicionais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), além de também se aventurar na política.
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Weelington Dias, ex-governador do Piauí, disse em post no X, antigo Twitter, que o movimento quilombola, o Piauí e o Brasil perdeu "uma voz que ecoou em nossos corações e nos ensinou muito".
" Nêgo Bispo foi e sempre será um mestre que, como ninguém, falou sobre reparação histórica, respeito às lutas e sobre o direito de viver dignamente. Vá em Paz Nêgo", escreveu Dias.
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, também usou as redes sociais para lamentar a morte de Nêgo Bispo, a quem se referiu como um "importante pensador brasileiro e ativista quilombola", e que deixará "um legado inesquecível para a cultura nacional".
A ministra Anielle Franco, chefe da pasta da Igualdade Racial, também se manifestou. "Um dos maiores pensadores da nossa época ancestralizou. Nego Bispo fez a passagem e deixou aqui um legado enorme para o pensamento negro brasileiro. Um abraço a toda sua família e amigos".
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