MAIS LIDAS
VER TODOS

Cotidiano

Ministério da Saúde incorpora cinco tratamentos para câncer de mama no SUS

O Ministério da Saúde vai incluir cinco novos procedimentos para o tratamento de câncer de mama no Sistema Único de Saúde (SUS). A medida faz parte das ações previstas no novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para a doença, lançado nesta

Layla Shasta (via Agência Estado)

·
Escrito por Layla Shasta (via Agência Estado)
Publicado em 06.12.2024, 21:14:00 Editado em 06.12.2024, 21:21:02
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

O Ministério da Saúde vai incluir cinco novos procedimentos para o tratamento de câncer de mama no Sistema Único de Saúde (SUS). A medida faz parte das ações previstas no novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para a doença, lançado nesta sexta-feira, 6. Outra novidade é a inclusão da videolaparoscopia para oncologia no SUS, uma técnica que permite a realização de cirurgias minimamente invasivas.

continua após publicidade

Os PCDTs são documentos que padronizam tratamentos e definem critérios para o diagnóstico e uso de medicamentos para uma doença. Com a instituição do protocolo, os cinco tratamentos a serem incorporados no SUS são:

Inibidores das quinases dependentes de ciclina (CDK) 4 e 6: medicamentos que interrompem o processo pelo qual as células se dividem e se multiplicam, sendo capazes de prolongar a sobrevida das pacientes.

continua após publicidade

Trastuzumab entansina: anticorpo que tem como alvo as células cancerígenas específicas, retardando o seu crescimento.

Supressão ovariana medicamentosa e hormonioterapia parenteral: tratamentos hormonais que demonstram resultados positivos em mulheres com câncer de mama.

Fator de estimulador de colônia para suporte em esquema de dose densa

continua após publicidade

Ampliação da neoadjuvância para estádios I a III: tratamento realizado antes do procedimento principal, visando reduzir o tamanho do tumor.

Em relação ao uso da videolaparoscopia, o Ministério destaca que, além dos benefícios para as pacientes, há um impacto positivo na gestão do sistema de saúde. "Com tempo de internação mais curto e menor necessidade de reintervenções por complicações, a técnica contribui para a otimização de recursos, fundamental em um sistema com alta demanda, como é o caso do SUS", avaliou a pasta.

Esse tipo de procedimento é feito com pequenos furos e, por isso, permite uma recuperação mais rápida e com menos riscos do que cirurgias abertas. Para a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), a inclusão do procedimento é um avanço importante, já que as cirurgias são recomendadas para 60% dos pacientes e a sua realização no tempo adequado é a grande ferramenta de cura na imensa maioria dos casos.

continua após publicidade

Mudanças para o diagnóstico

O Ministério da Saúde também anunciou medidas para agilizar o atendimento às pacientes com câncer de mama, integrando diagnóstico e tratamento ao Programa Mais Acesso a Especialistas. Com essa iniciativa, pacientes que necessitarem de consultas ou exames especializados não serão mais colocados em várias filas de espera.

continua após publicidade

A jornada de atendimento passará para a Atenção Especializada em Oncologia. Assim, os pacientes serão encaminhados para serviços de saúde capazes de realizar a maioria ou a totalidade dos procedimentos necessários. Com essas mudanças, o tempo médio para diagnóstico e início do tratamento, que antes ultrapassava 18 meses, deve ser reduzido para 30 dias, segundo o Ministério.

Evidências científicas apontam que 15% dos pacientes atrasam o início do tratamento entre 30 e 60 dias, o que representa aumento de 6 a 8% na mortalidade, segundo a pasta.

"Cerca de 35% das pessoas atrasam o início do tratamento mais do que 60 dias, representando 12 a 16% de aumento na mortalidade na fila. É por isso que o Ministério da Saúde está mudando o paradigma do tratamento oncológico no SUS", diz.

Entenda o que mudou

O protocolo é o primeiro voltado para o câncer no Brasil. Antes, o tratamento para a doença era orientado pelas chamadas Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas (DDT), documentos que podiam recomendar tecnologias que não estavam disponíveis no SUS. Agora, com a padronização do diagnóstico, tratamento e acompanhamento, os profissionais de saúde têm orientações claras para tratar os pacientes.

A medida pode reduzir a judicialização, ou seja, a solicitação de tratamentos não oferecidos pelo SUS por via judicial. Embora isso garanta o acesso ao remédio, o Ministério da Saúde argumenta que o processo cria desigualdade e desafios para sustentabilidade financeira do sistema, já que recursos são desviados de políticas públicas para atender a casos individuais.

"Por outro lado, no processo de incorporação de medicamentos no SUS, o governo federal garante um ciclo integral de cuidado: além do direito a medicamentos com eficácia comprovada garantido a todos os cidadãos, são criadas diretrizes e linhas de cuidado para a assistência dos pacientes. Isso promove melhoria em toda a jornada de acesso à saúde, desde o diagnóstico até o monitoramento dos resultados", diz a pasta.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Cotidiano

    Deixe seu comentário sobre: "Ministério da Saúde incorpora cinco tratamentos para câncer de mama no SUS"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!