MAIS LIDAS
VER TODOS

Cotidiano

Minas investiga suspeita de overdose por drogas K que pode ter matado 13 detentos

A Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG) investiga as mortes de 13 detentos em dois presídios de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. A suspeita é de que tenham sido causadas por overdose, após o co

José Maria Tomazela (via Agência Estado)

·
Escrito por José Maria Tomazela (via Agência Estado)
Publicado em 11.04.2024, 15:42:00 Editado em 11.04.2024, 15:47:18
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

A Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG) investiga as mortes de 13 detentos em dois presídios de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. A suspeita é de que tenham sido causadas por overdose, após o consumo de drogas sintéticas, conhecidas como drogas K.

continua após publicidade

AoEstadão, a Sejusp disse que as causas das mortes supostamente por overdose de substância entorpecente denominada K estão sob investigação, mas destacou que é preciso aguardar os laudos da perícia técnica.

Segundo a pasta, sem os laudos, não é possível relacionar as mortes ao uso de substâncias entorpecentes. "Todos os procedimentos necessários nos casos de óbitos foram realizados pelas unidades prisionais, que aguardam os laudos da perícia técnica. Nesse caso, as causas das mortes, supostamente por overdose de substância entorpecente denominada K, ainda estão sob investigação do Depen-MG (Departamento Penitenciário) e pela Polícia Civil", disse, em nota.

continua após publicidade

- Nos últimos dez dias, foram registradas as mortes de sete detentos que cumpriam pena no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, com capacidade para 1.047 presos.

- Já entre os meses de dezembro de 2023 e março de 2024 houve outras seis mortes no Presídio Antonio Dutra Ladeira, que tem 878 vagas.

A pasta disse que, por razões de segurança, não informa a lotação de unidades específicas. "Em nenhuma das ocorrências os presos apresentavam lesões aparentes. As causas das mortes estão sob apuração pela unidade prisional e também pela Polícia Civil", reforçou a Sejusp.

continua após publicidade

O fato de os exames preliminares não encontrarem lesões aparentes nos detentos levou à suspeita de overdose.

- As drogas K, substâncias sintéticas conhecidas como K2, K4, K9 e Spice, são substâncias químicas sintetizadas em laboratório com alto potencial de danos ao organismo do usuário.

- Elas têm efeito muito rápido e podem causar desde convulsões e alucinações até paradas cardíacas que podem ser fatais.

continua após publicidade

Ainda segundo a Sejusp, faz parte da rotina das unidades a revista rigorosa nas celas e nos visitantes para evitar o ingresso de substâncias ilícitas.

"Especificamente, o Depen-MG está em tratativas para uma grande campanha interna sobre os malefícios do consumo de álcool e drogas, em parceria com a Subsecretaria de Políticas sobre Drogas, da Sejusp", acrescentou.

continua após publicidade

Também em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais informou que a investigação segue em andamento, "visando a apurar as causas e as circunstâncias das mortes registradas nas unidades prisionais em Ribeirão das Neves". Disse ainda que aguarda a finalização dos laudos que irão subsidiar a apuração.

O advogado criminalista Gregório Andrade, que foi procurado pelas famílias de alguns detentos que morreram, disse que a suspeita é muito preocupante. "As drogas K são de difícil detecção, elas podem ser transportadas em uma folha de papel, como o sulfite A4, e são de altíssimo poder destrutivo. As pessoas viram zumbis humanos e o poder de toxicidade é absurdo", disse.

Segundo ele, preocupa também a falta de informações advindas do Estado, conforme as famílias relataram ao advogado. "Algumas famílias só foram avisadas depois que o corpo estava no IML (Instituto Médico Legal). É responsabilidade direta do Estado. Como as pessoas morrem de overdose em unidades de segurança máxima, onde não deveria ter droga?", questionou.

Conforme já mostrou reportagem doEstadão, as drogas K foram introduzidas inicialmente nos presídios de São Paulo, espalhando-se depois pelas ruas do Estado.

Desde 2021, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) vem detectando canabinoides sintéticos, conhecidos como drogas K, em amostras de detentos do sistema prisional com hepatites graves e outras doenças.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Cotidiano

    Deixe seu comentário sobre: "Minas investiga suspeita de overdose por drogas K que pode ter matado 13 detentos"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!