Pesquisadores dos Estados Unidos e da Alemanha encontraram sete tipos diferentes de microplásticos em pênis humanos, em quatro das cinco amostras de tecido retiradas de cinco homens diferentes, segundo estudo publicado no Sexual Medicine Journal, da Nature.
De acordo com a publicação, a proliferação de microplásticos representa o aumento da crise ambiental e de saúde. Estes plásticos minúsculos medem menos de 5 mm de diâmetro, e se infiltraram nos ecossistemas, penetrando em produtos comumente consumidos, como frutos do mar, sal marinho e bebidas engarrafadas.
O tamanho desses resíduos faz com que haja interação química com fluídos e tecidos fisiológicos, o que levanta preocupações de bioacumulação e toxicidade. O trabalho explica que a exposição dos humanos aos microplásticos ocorre de três formas: ingestão, inalação e contato com a pele.
Essas partículas invisíveis aos olhos estão cada vez mais presentes em nossa vida. Os pesquisadores apontaram que um litro de água engarrafada continha 240 mil micropartículas de plásticos.
Os pequenos fragmentos se formam quando plásticos maiores se degradam quimicamente ou se desgastam fisicamente em pedaços menores. Essas partes minúsculas são capazes de invadir células e tecidos de órgãos. Esse tipo de material tem sido encontrado com cada vez mais frequência no corpo humano.
As pesquisas foram feitas por Ranjith Ramasamy, médico especialista em urologia reprodutiva da Universidade de Miami, Estados Unidos. Os pacientes escolhidos para a pesquisa foram homens com diagnóstico de disfunção erétil, em tratamento hospitalar para receber implantes penianos, forma de tratamento realizada na universidade, em 2023.
Esses pedaços de tecido foram analisados usando um sistema de imagem química infravermelha, que detectou mais de sete tipos diferentes de microplásticos na estrutura do pênis. Os mais presentes, segundo a investigação, são os tipos de plástico polietileno (pet) e polipropileno (PP).
Essa foi a primeira vez que cientistas encontraram microplásticos em pênis humanos. Eles acreditam que a vascularização do órgão pode ter colaborado para isso. A presença dos microplásticos acende o alerta sobre os efeitos dessas substâncias no organismo humano, que ainda precisam ser investigados em pesquisas futuras.
Para os cientistas, encontrar microplásticos no tecido peniano também levanta questões importantes sobre os efeitos de poluentes ambientais na saúde sexual, principalmente no sistema reprodutor masculino.
Conforme o artigo, esses plásticos não reagem juntos às células humanas e outras substâncias do corpo, mas são considerados prejudiciais para funções importantes, assim como as relacionadas às funções sexuais.
Com esses resultados, a pesquisa alerta para as medidas a serem tomadas para reduzir a exposição humana aos microplásticos, sugerindo trocas que reduzem a emissão do poluente.
O trabalho está disponível na Nature.
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