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Memória da Guerra do Paraguai ganha restauração

Um dos raros legados da Guerra do Paraguai no Estado de São Paulo, o Palácio do Imperador, mandado construir por D. Pedro II, em 1858, em Itapura, na divisa com o Mato Grosso do Sul, está sendo restaurado. O prédio que abrigou o comando de tropas nacionai

José Maria Tomazela (via Agência Estado)

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Escrito por José Maria Tomazela (via Agência Estado)
Publicado em 18.06.2022, 09:30:00 Editado em 18.06.2022, 09:35:19
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Um dos raros legados da Guerra do Paraguai no Estado de São Paulo, o Palácio do Imperador, mandado construir por D. Pedro II, em 1858, em Itapura, na divisa com o Mato Grosso do Sul, está sendo restaurado. O prédio que abrigou o comando de tropas nacionais durante o enfrentamento a Solano López estava em ruínas e ameaçava desabar. A primeira fase da restauração, que inclui a recomposição da estrutura de alvenaria, reforma do telhado, colocação de novos pisos e pintura, será concluída até o final de julho. Outras duas fases de obras, para acabamento, paisagismo e redefinição de uso, ainda serão licitadas.

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O palácio foi erguido para fortalecer a defesa do Brasil, protegendo a barra do Rio Tietê, e acabou sendo estratégico para proteger o estado contra o avanço das tropas paraguaias pelo atual Mato Grosso do Sul. O prédio foi o quartel-general de uma colônia militar instalada entre os rios Tietê e Paraná, abrigando o comando da base naval brasileira que foi decisiva para a vitória contra Solano Lopes. Alguns historiadores dizem que D. Pedro II se hospedou no local quando inspecionava as tropas brasileiras. O casarão de dois pavimentos também foi cenário das comemorações pela vitória do Brasil no conflito.

A base da marinha foi extinta em 1970 e a colônia militar, repassada para o exército, foi desativada em 1986. O prédio foi usado por repartições públicas do município de Itapura até 1989, quando foi fechado e ficou abandonado. Em 1969, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico (Condephaat) tombou o edifício e seu entorno, com base em relatório sobre sua "importância para a história e a cultura do local, da região e do País". Isso não impediu que o longo abandono degradasse totalmente a construção, que chegou a ter portas e janelas arrancadas por vândalos.

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De acordo com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, ainda em 2019 o Condephaat aprovou o restauro do imóvel. O projeto escolhido, do arquiteto Carlos Ferrata, foi ganhador de um concurso via programa de fomento à cultura do Governo do Estado de São Paulo (ProAC) e, atualmente, se encontra em implementação em etapas, conforme a captação dos recursos. O restauro é acompanhado pela área técnica da Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico (UPPH).

O projeto levou em conta o critério conservativo, mantendo a originalidade e o valor cultural de cada ambiente. Foram feitas novas intervenções apenas para modernizar e readequar os espaços. Entre elas, a construção de um espaço anexo ao edifício original, em sua face cega, ou seja, com a visão encoberta pela do palácio, com elevador e banheiro adaptado a portadores de necessidades especiais nos dois pavimentos. A nova construção foi feita em concreto armado, com fundações independentes da construção original.

MADEIRA DANIFICADA

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A licitação para a primeira fase das obras foi vencida pela Concresp, empresa com sede em Andradina. De acordo com o diretor Bruno Crespi, os serviços envolveram a revisão da alvenaria para eliminar trincas, o reforço das fundações e das estruturas de suporte das portas e janelas. "É um prédio sólido, com toda a estrutura em tijolões de barro, muito resistentes. Apenas o madeiramento estava bastante comprometido, tanto nos pisos, quanto no telhado", disse.

Os barrotes de madeira que sustentavam os pisos dos dois pavimentos foram substituídos por estruturas metálicas para dar mais segurança ao prédio.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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