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Mansão do tráfico, avaliada em R$ 2,5 milhões, é derrubada na Rocinha

Uma mansão de R$ 2,5 milhões usada por um dos chefes do tráfico de drogas na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, começou a ser demolida nesta quarta-feira, 13, durante operação da prefeitura e do Ministério Público do Estado. De acordo com o Grup

José Maria Tomazela (via Agência Estado)

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Escrito por José Maria Tomazela (via Agência Estado)
Publicado em 13.09.2023, 17:41:00 Editado em 13.09.2023, 17:47:21
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Uma mansão de R$ 2,5 milhões usada por um dos chefes do tráfico de drogas na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, começou a ser demolida nesta quarta-feira, 13, durante operação da prefeitura e do Ministério Público do Estado. De acordo com o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a casa de alto padrão pertence ao traficante Wallace da Silva Viana, o Jhonny Bravo, foragido da Justiça. Com área construída de 600 m2, a mansão tem três andares e uma cobertura com vista para a Praia de São Conrado, destacando-se no cenário de casas simples da comunidade. Conforme o MP, a obra não teve autorização da prefeitura, não estava em condições de ser legalizada e colocaria em risco quem fosse residir no local, além dos imóveis próximos. Engenheiros da prefeitura estimam que já foram investidos R$ 2,5 milhões na construção irregular. De acordo com o secretário de Ordem Pública do município, Brenno Carnevale, a mansão teria sido construída com dinheiro do tráfico. "A operação visa também asfixiar financeiramente o crime organizado", disse. A demolição está sendo feita de forma manual, com ferramentas e equipamentos portáteis, pois o local não permite a chegada de máquinas. Conforme a promotora Gláucia Rodrigues, do Gaeco, a derrubada do imóvel faz parte de um conjunto de ações para dissuadir o crescimento desordenado urbano e, ao mesmo tempo, impactar a lucratividade das organizações criminosas. As investigações apontaram que, além de comandar o tráfico na Rocinha, Johnny Bravo arrecada cerca de R$ 800 mil por mês extorquindo motoristas de aplicativos, motoboys e vendendo gatos na internet. A operação foi apoiada por agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MPRJ, Guarda Municipal e Polícia Militar do Rio de Janeiro. Em agosto, a Secretaria de Ordem Pública do município já havia realizado a demolição de outro imóvel de luxo pertencente a Johnny Bravo na Rocinha. A casa com piscina e suítes com banheiras estava avaliada em R$ 1 milhão. Desde 2021, segundo a pasta, foram realizadas mais de 2,8 mil demolições de construções irregulares, 75% delas em áreas sob influência direta do crime organizado.

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Chefe do morro

O traficante Johnny Bravo, de 35 anos, segundo a polícia, assumiu o controle do tráfico em parte da Rocinha, maior favela do Rio, com 100 mil habitantes, em 2017. Na época, uma disputa por pontos de tráfico causou uma guerra entre os antigos chefes da comunidade, Antônio Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, e Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157. A guerra teria deixado mais de 20 mortos e provocou uma intervenção na Rocinha pelas forças de segurança. Nem e 157 foram presos e cumprem penas em presídios federais. Jhonny, que era aliado ao 157, passou a ser considerado o "dono do morro". Foram expedidos contra ele seis mandados de prisão por crimes como tráfico de drogas, associação para o tráfico, extorsão e homicídios, o que o tornou um dos criminosos mais procurados do país. Entre os homicídios, ele é acusado da morte de Ana Cristina da Silva, de 25 anos, assassinada com um tiro de fuzil em agosto de 2020, quando tentava proteger o filho de três anos em meio a um tiroteio. A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Jhonny Bravo.

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