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Mãe de seis filhos morre após ser atingida por bala perdida em Santos

Uma mulher de 31 anos, mãe de seis filhos, morreu depois de ser atingida por um tiro na cabeça em Santos, no litoral paulista, na última quarta-feira, 27. A Secretaria de Segurança Pública afirma que a morte ocorreu após confronto entre policiais militare

Gonçalo Junior (via Agência Estado)

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Escrito por Gonçalo Junior (via Agência Estado)
Publicado em 29.03.2024, 13:13:00 Editado em 29.03.2024, 13:19:54
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Uma mulher de 31 anos, mãe de seis filhos, morreu depois de ser atingida por um tiro na cabeça em Santos, no litoral paulista, na última quarta-feira, 27. A Secretaria de Segurança Pública afirma que a morte ocorreu após confronto entre policiais militares e criminosos. Familiares e amigos contestam a versão oficial e dizem que ela foi vítima de um disparo quando três motos da PM patrulhavam a região.

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A cabeleireira Edneia Fernandes Silva foi baleada na Praça José Lamacchia, na região conhecida como Mangue Seco, na quarta-feira. Ela foi levada para a UPA Zona Noroeste e, depois, transferida para a Santa Casa de Santos. Parentes e conhecidos se mobilizaram nas redes sociais pedindo doações de sangue, mas ela não resistiu. O óbito foi confirmado nesta quinta-feira, 28.

De acordo com a SSP, policiais militares patrulhavam a região quando viram dois homens em uma moto em alta velocidade que ignoraram a ordem de parada. A equipe da Rocam (Rondas Ostensivas Cândido Mariano) patrulhava a Avenida Hugo Maia. Ainda de acordo com a versão oficial, os suspeitos atiraram cinco vezes contra a equipe, que interveio com um tiro contra os suspeitos.

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A motocicleta, que não tinha queixa de roubo, foi apreendida. Os dois atiradores fugiram e não tinham sido identificados até a publicação desta matéria. A pistola do policial também foi apreendida.

Uma amiga da vítima fez um relato diferente aoEstadão. De acordo com a testemunha, que não quer se identificar, ela estava sentada com Edneia em um dos bancos da praça. Ao ouvir o disparo, ela afirma que correu, mas percebeu que Edneia tinha ficado caída sobre a mesa. Ela conta que houve apenas um tiro quando três motos da passaram pelo local e que não houve confronto entre bandidos e policiais. O caso foi encaminhado para o 5º DP de Santos, onde será investigado.

"Todas as circunstâncias relativas aos fatos são rigorosamente investigadas pelo 5º DP de Santos e pela Polícia Militar, que instaurou um Inquérito Policial Militar. Exames periciais foram solicitados e, tão logo os laudos sejam concluídos, serão remetidos à autoridade policial para análise e esclarecimento do caso", disse o órgão de segurança.

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A Baixada Santista é o foco da Operação Verão. O reforço no policiamento começou em dezembro de 2023, como acontece anualmente, mas foi intensificada no dia 2 de fevereiro, após a morte de Samuel Cosmo, agente da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), tropa de elite da PM. No início da operação, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, transferiu seu gabinete para a Baixada. A equipe da SSP-SP manteve a sede na Baixada Santista por 13 dias.

Até agora, a ação soma 55 mortes em 54 dias. A SSP negou que a morte de Edneia faça parte da operação. "A ocorrência não faz parte do escopo da Operação Verão", informou o órgão.

Diante das mortes constantes na região, a Ouvidoria das Polícias de São Paulo e organizações de direitos humanos pediram o fim da operação na segunda-feira passada. As entidades apresentaram um relatório com 12 casos nos quais teriam ocorrido violações de direitos humanos.

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O documento traz denúncias de supostas execução sumária, tortura, obstrução proposital das câmeras corporais, fraude processual com alteração de local de crime, modificação das cenas do crime, ameaças e intimidações em Guarujá, São Vicente, Santos e Cubatão.

As entidades pedem ainda o uso obrigatório de câmeras corporais e a criação de protocolos internos na SSP para prevenir o que chamam de "operações vingança" após a morte de policiais. O relatório foi entregue ao Ministério Público, que vai continuar as investigações sobre as operações.

A Secretaria da Segurança defende a legalidade da atuação policial na região e diz que todos os casos passam por apuração. A pasta ressalta ainda o resultado da mobilização com prisões de suspeitos e apreensões de drogas do crime organizado.

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