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Maceió corre risco de desastre ambiental devido às minas da Braskem

Tremores foram registrados na região na noite dessa quarta-feira (29) e isso levantou um alerta

Renata Okumura (via Agência Estado)

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Há um "risco iminente de colapso"
Icone Camera Foto por Reprodução/ Braskem
Há um "risco iminente de colapso"
Escrito por Renata Okumura (via Agência Estado)
Publicado em 30.11.2023, 14:44:00 Editado em 30.11.2023, 15:30:16
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Maceió decretou estado de emergência após o alerta de "risco iminente de colapso" da mina 18 da Braskem, próximo à lagoa, no bairro de Mutange, na capital de Alagoas. Foram registrados na região tremores de terra na noite de quarta-feira, 29. A Defesa Civil de Maceió reforçou o monitoramento, assim como criou um gabinete de crise.

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As 35 minas da companhia começaram a ser fechadas em 2019, depois que a empresa foi responsabilizada pelo surgimento de rachaduras em casas e ruas de alguns bairros de Maceió no ano anterior. O abalo foi causado pelo deslocamento do subsolo causado pela extração de sal-gema, um cloreto de sódio que é utilizado para produzir soda cáustica e policloreto de vinila (PVC), pela Braskem. A fabricação na região teve início em 1976.

Com o registro de novos tremores, as atividades na Área de Resguardo foram paralisadas. Os sismos sentidos nos últimos dias foram registrados em áreas já desocupadas. Por segurança, a Defesa Civil recomenda que seja evitada a circulação de pessoas e de embarcações na lagoa perto de Mutange.

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- LEIA MAIS: Gestão da Floresta Metropolitana do PR é destaque no anuário da ONU

"A Defesa Civil de Maceió informa que os últimos sismos ocorridos se intensificaram e houve agravamento do quadro na região já desocupada, próximo ao antigo campo do CSA. Estudos mostram que há risco iminente de colapso em uma das minas monitoradas", alertou o órgão.

Em nota, a empresa disse que acompanha, de forma ininterrupta, os dados de monitoramento, que são compartilhados em tempo real com a Defesa Civil.

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Afundamento de solo

Os problemas em Maceió começaram em 3 de março de 2018, quando um tremor de terra causou rachaduras em ruas e casas e o afundamento do solo em cinco bairros: Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e em uma parte do Farol. Mais de 55 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas naquele ano.

Com base em estudos feitos com a participação das principais autoridades nacionais e mundiais no tema, a empresa decidiu em novembro de 2019 propor a remoção preventiva dos moradores e a criação da Área de Resguardo.

Esse local fica torno dos 35 poços de sal que eram operados nos bairros e já estavam desde maio do mesmo ano paralisados. Foi quando, em novembro de 2019, a Braskem também anunciou o encerramento definitivo da extração do minério na região. No total, mais de 200 mil pessoas foram afetadas pelo desastre.

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"A essa Área de Resguardo foi somada uma área de desocupação mais ampla a partir do Mapa de Linhas e Ações Prioritárias da Defesa Civil e suas atualizações, abrangendo trechos dos bairros do Mutange, Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto e Farol", disse a Braskem na ocasião.

Conforme a companhia, todos os moradores, proprietários e comerciantes de cerca de 14,5 mil imóveis vêm sendo atendidos no Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação, criado pela Braskem como forma de indenização.

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Em janeiro de 2022, a Braskem iniciou os trabalhos de estabilização e drenagem da Encosta do Mutange. O objetivo era suavizar as inclinações do terreno, construir um sistema de drenagem que pudesse fazer o direcionamento seguro da água das chuvas e plantar uma cobertura vegetal, conforme a Braskem.

Com o fim da demolição, em 2023, começaram as atividades de terraplenagem, implementação de um novo sistema de drenagem e plantio da cobertura vegetal na Encosta do Mutange.

Recentemente, microssismos foram registrados na área das minas que estão sendo preenchidas pela Braskem. Em magnitudes consideradas baixas e sem potencial de danos à superfície ou de serem sentidas pela população, estes tipos de ocorrência são identificados só por meio de equipamentos de monitoramento.

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"Tais registros estão concentrados em um local específico, dentro das áreas de serviço da companhia, nas proximidades da Avenida Major Cícero de Goes Monteiro", afirmou a empresa.

A área, que já estava com algumas atividades paralisadas para evitar interferência na coleta de dados, foi isolada preventivamente e em cumprimento às ações definidas nos protocolos da companhia e da Defesa Civil de Maceió.

Braskem faz acordo de R$ 1,7 bi com Maceió por afundamento de solo

Em 21 de julho deste ano, a Braskem informou ter fechado acordo com a prefeitura de Maceió para pagamento de R$ 1,7 bilhão. O termo estabelece a indenização, compensação e ressarcimento integral da capital alagoana em relação a todo e qualquer dano patrimonial e extrapatrimonial por ele suportado.

Conforme a prefeitura, os recursos serão destinados à realização de obras estruturantes na cidade e à criação do Fundo de Amparo aos Moradores (FAM). O acordo não invalida as ações ou negociações entre a Braskem e os moradores das regiões afetadas.

Em Alagoas, a Braskem possui duas operações (em Maceió e Marechal Deodoro), liderando a cadeia da indústria plástico-química na região.

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