O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o governo federal irá discutir um projeto para levar o excesso das águas dos rios do Rio Grande do Sul para o mar sem atingir as cidades da região gaúcha. Concomitantemente, o chefe do Executivo citou um projeto para fazer casas em locais mais seguros devido às mudanças climáticas.
"Estamos pensando que vamos discutir o projeto para que a gente leve a água do excesso dos rios diretamente ao mar sem encher nenhuma cidade aqui em Porto Alegre", afirmou o presidente da República, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 6.
Lula reconheceu que a ideia pode levantar críticas sobre a quantidade de recursos necessários e até condenação da ideia por ambientalistas. Contudo, ressaltou que a reconstrução custa mais caro.
Outra ideia levantada pelo presidente é sobre a escolha de terrenos para a construção de casas e citou até a compra de terrenos "se for necessário". "Nós não temos o direito de refazer a casa das pessoas onde a água vai chegar. E qualquer cidadão humano de inteligência média sabe que a várzea é local de escoamento do excesso de água de um rio", disse.
Lula afirmou que o plano, que ainda tem que ser acertado com prefeitos e chefes estaduais, é fazer "casas mais seguras para as pessoas". "Para que a gente tenha certeza que pode ter outro problema climático, de cair a Lua em nós, mas que a gente não vai ser mais vítima das enchentes do rio Taquari, do não funcionamento das bombas, dos diques de Porto Alegre", pontuou.
Segundo o presidente, os lugares atingidos pelas águas poderão ser transformados em bosques e praças. "Mas nunca mais a gente vai colocar as pessoas para morar em lugares que vão correr risco de vida, esse é o nosso compromisso", emendou o chefe do Executivo.
As declarações ocorreram no período da tarde durante evento de assinatura de atos de medidas do governo federal em assistência do Rio Grande do Sul. No evento, foram assinados duas Medidas Provisórias: uma que expande o Auxílio Reconstrução no Estado e outra que estabelece novo programa de emprego aos gaúchos.
O presidente disse que não basta o governo anunciar novas medidas ao Estado, mas é preciso "criar condições" para que o dinheiro seja executado.
Segundo Lula, a preocupação do governo federal é evitar que a burocracia "trate esse problema do Rio Grande do Sul como se tivéssemos vivendo um período de normalidade".
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