O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quarta-feira, 14, uma Medida Provisória (MP) que cria a Secretaria para apoio à reconstrução do Rio Grande do Sul diante das enchentes que acometem o Estado, que terá como coordenador o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta. Tal Secretaria terá status de ministério.
Com a nova função, Pimenta terá que se afastar da chefia da Secom. Conforme mostrou oBroadcast Político(sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o jornalista Laércio Portela deve ser o ministro interino da pasta.
A previsão inicial é que Pimenta fique no cargo de quatro a seis meses, mas o período pode se estender. Enquanto isso, porém, Pimenta ficará na ponte aérea entre Brasília e Porto Alegre e deve manter a estrutura de seu gabinete no Palácio do Planalto.
O anúncio foi feito nesta quarta-feira, durante evento do governo federal de anúncio de medidas de assistência da gestão relacionadas ao Rio Grande do Sul. O evento ocorre em São Leopoldo, onde Lula cumpre agenda nesta quarta. No evento, Lula assinou a MP do "Vale Reconstrução" de R$ 5.100.
Ao assinar o termo de posse como secretário da reconstrução do Estado, Pimenta afirmou que o governo tem trabalhado "em sintonia" com o governo do Rio Grande do Sul. Segundo ele, Lula o pediu para colaborar com o governo estadual e prefeituras.
Na cerimônia, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que Pimenta ficará no Estado para ajudar a coordenar os trabalhos. "Não será executor das obras, porque cada ministério fará a sua obra, mas ele terá a função nobre de articular com a sociedade, empresários e prefeitos para fazer as coisas acontecerem aqui", disse. O ministro da Casa Civil classificou Pimenta como um "homem apaixonado por seu Estado".
Pimenta é gaúcho e tem sua trajetória política no Rio Grande do Sul. Seu nome é tido como potencial candidato aos cargos majoritários no Estado em 2026. É o ministro do Planalto que mais acompanha as ações em solo gaúcho.
Diante do destaque que o ministro tem tido em relação às ações do governo federal no Estado, o governo do Rio Grande do Sul, sob a gestão de Eduardo Leite (PSDB), recebeu com preocupação seu nome. Na avaliação da gestão estadual, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria apostando na figura política de Pimenta para capitalizar o nome do ministro a algum cargo majoritário no Estado em 2026.
A indicação do ministro da Secom pelo governo federal escancara a divergência entre as gestões Lula e Leite, que está presente desde o início do terceiro mandato do petista.
Apesar de estar sendo exigido um trabalho conjunto entre ambos diante da tragédia no Rio Grande do Sul, a avaliação do entorno dos dois é que isso não deve representar uma aproximação entre os políticos. Com a indicação de Pimenta, então, tal alinhamento se tornou ainda mais improvável.
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