O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o projeto de lei (PL) que equipara o aborto realizado após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio. O presidente disse que tem defendido à bancada do governo no Congresso para tomar uma posição e ter a coragem" de debater e divergir.
"É de uma insanidade tão grande. O cidadão criar a ideia de que quem foi vítima do aborto ter pegar uma pena maior do que o cara que praticou o estupro é uma coisa impensável para uma pessoa de juízo perfeito", criticou o petista em entrevista à Rádio Mirante News FM, do Maranhão, nesta sexta-feira, 21.
Na avaliação de Lula, o governo precisa entrar no debate e mostrar posição contrária ao projeto. "Tenho dito à bancada que defende o governo lá no Congresso Nacional que não podemos ficar receosos, temos que ter coragem de debater, discutir e divergir", comentou.
A Câmara aprovou a urgência do projeto no último dia 12. A votação relâmpago aconteceu de modo simbólico e sem que o nome do projeto fosse citado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quando pautado no plenário. Alguns parlamentares nem sequer perceberam o que estava sendo votado. Houve reclamações sobretudo do PSOL, que é contrário à iniciativa.
Nos dias seguintes à aprovação, contudo, o governo tentou se manter distante da discussão para evitar um desgaste de ser atrelado a mais uma possível derrota no Congresso. Segundo relatos, porém, a influência da primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, teria influenciado uma mudança de postura.
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