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Liberação de vacina pelo setor privado desagrada à maioria da população mundial

Com a aprovação pela Câmara dos Deputados de uma mudança na lei para permitir que empresários comprem vacinas contra a covid-19 que não tenham aval da Anvisa, o Brasil caminha em direção a uma pequena lista de países que abriram mão da estratégia de imuni

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 09.04.2021, 16:03:00 Editado em 10.04.2021, 17:19:08
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Com a aprovação pela Câmara dos Deputados de uma mudança na lei para permitir que empresários comprem vacinas contra a covid-19 que não tenham aval da Anvisa, o Brasil caminha em direção a uma pequena lista de países que abriram mão da estratégia de imunização oferecida exclusivamente pela rede pública. A alteração, que ainda precisa ser aprovada pelo Senado, é vista com apreensão pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), porque poderia favorecer desigualdades. Também vai na contramão da vontade de boa parte da população mundial.

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Segundo uma pesquisa feita em 13 países pela Universidade de Oxford e mais dez instituições, a maioria das pessoas acredita que a vacinação contra o coronavírus deva ser feita apenas por governos. A abertura do serviço às clínicas particulares foi contestada por pelo menos dois terços da população de cada país. O levantamento envolveu 18 pesquisadores que entrevistaram 15,5 mil adultos de 13 países dos cinco continentes, incluindo o Brasil.

Entre os brasileiros entrevistados, 68% acreditam que a compra e distribuição das vacinas deve ser feita pelo governo, enquanto 23% acham que a iniciativa privada pode fazer parte dessa tarefa. Apenas 2% pensam que o setor privado deve se responsabilizar integralmente pela operacionalização da vacinação.

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Apesar de a maior parte da população de países de baixa e média renda acreditar que a responsabilidade da vacinação deve ser do governo, essas pessoas estão mais dispostas a pagar para ter acesso mais rápido ao imunizante.

Em Uganda e na Índia, 79% dos entrevistados disseram que pagariam pela vacina. No Brasil, o índice ficou em 54%. Os números mais baixos foram registrados na França (18%) e no Reino Unido (30%).

"Se as vacinas contra a covid-19 forem alocadas de forma privada, será essencial desenvolver políticas para garantir que isso não prejudique a capacidade de um país de adquirir as doses necessárias para campanhas de vacinação administradas pelo governo. Idealmente, o acesso privado complementaria a provisão pública para maximizar os ganhos de saúde e econômicos da vacinação e minimizar o potencial de corrupção", escreveram os pesquisadores.

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Vacinação privada

Índia, México, Paquistão, Tailândia, Filipinas e Colômbia são nações que autorizam a aquisição de vacinas pelo setor privado. Na Colômbia, as doses devem ser distribuídas gratuitamente, mas os outros países permitem a venda do imunizante. Muitos governos, no entanto, pontuam que o setor privado terá dificuldades para comprar vacinas visto que a corrida global pelo suprimento é acirrada, e as farmacêuticas preferem vendê-lo diretamente aos governos.

Os países que permitem a venda de vacinas em clínicas e hospitais privados também oferecem o imunizante no sistema público de saúde. Na Índia, uma dose da vacina contra a covid-19 custa cerca de 250 rúpias (R$ 18,65). O Paquistão não limita a venda de vacinas a pessoas do grupo de risco. Por isso, os jovens do país entraram em uma corrida para garantir uma dose do imunizante e vários pontos de vacinação esgotaram seu estoque rapidamente.

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O governo da Tailândia aprova a inclusão do setor privado na campanha de vacinação. De acordo com a imprensa local, barreiras legais estariam impedindo os empresários de importar vacinas, mas o primeiro-ministro do país se comprometeu a resolver o impasse. A expectativa é que uma dose da vacina contra a covid-19 custe entre 2 mil e 4 mil baht (R$ 357,66 a R$ 715,32).

Nas Filipinas, o presidente Rodrigo Duterte autorizou a compra de vacinas pelo setor privado no mês passado e não limitou a quantidade de doses. A Malásia está no caminho para liberar o setor privado a entrar na briga por vacinas. No entanto, o governo alertou que mesmo com a permissão a compra pode encontrar entraves, já que a corrida global pelo suprimento é muito acirrada.

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