O advogado Ronaldo Apelbaum, de 44 anos, passeava - como de costume - com sua cachorrinha pela Rua Afonso de Freitas, na altura do número 700, no Paraíso, na zona sul de São Paulo, às 8h45 de terça-feira, 21, quando foi abordado por dois bandidos armados em motos. Menos de duas horas depois, o caso foi registrado no 36ºDP (Vila Mariana), onde está sendo investigado.
Antes da abordagem, é possível ver em vídeo um dos bandidos tranquilamente estacionando a moto. Ele está de casaco branco e com uma mochila preta nas costas. Discretamente, o homem pega uma arma dentro do bagageiro do veículo. Em seguida, três pessoas passam pela calçada e ele anuncia o assalto.
Eram dois homens e uma mulher. Apelbaum foi o único que parou. O outro homem e a mulher seguiram direto, em direções opostas, pela calçada. Em seguida, aparece o segundo assaltante, pedindo os pertences do advogado, que estava com sua cachorrinha. O criminoso se vira e vai embora também, mas não é possível ver no vídeo a sua moto.
Segundo a vítima, o primeiro assaltante exigiu que ele entregasse o celular. "Eu estava passeando com a minha cachorrinha, como faço todos os dias. É uma região movimentada, tem escola grande por perto. Muitas pessoas passam por ali. O primeiro bandido me obrigou a dar a senha do celular. Se não estivesse correta, disse que atiraria em mim. Eu dei, ele desbloqueou meu celular, subiu na moto, de tamanho pequeno, e foi embora", disse Apelbaum.
O outro assaltante levou outros pertences do advogado. "A minha aliança de ouro e também um fone de ouvido que eu tinha em um dos bolsos", afirmou.
Em nenhum momento os criminosos tiraram o capacete, não sendo possível identificá-los.
Mais casos na região
Apelbaum afirma ainda que outras pessoas também foram vítimas de assaltantes em motos nos últimos dias. "Virou um surto. No sábado, já tinha acontecido outro assalto desta mesma forma. Repetiram e eu acabei sendo vítima também. O detalhe é que a polícia pode fazer ronda de carro, mas essa é uma região difícil para pegar bandidos de motos, pois tem muitas vielas e eles conseguem facilmente fugir", disse ele, que preferiu não fornecer informações sobre os valores subtraídos de sua conta bancária.
Após a abordagem, ele retornou para a residência, que fica a alguns quarteirões dali. Logo que chegou em casa, fez o bloqueio da conta bancária, mas os bandidos já tinham feito movimentações.
"No celular, tinha o aplicativo do banco. Não estava aberto e tinha duas proteções de segurança com senhas e números, mas eles conseguiram entrar e fizeram resgates e transferências via Pix, movimentações em menos de 10 minutos, o tempo de voltar para casa. Os bandidos driblaram a segurança do aplicativo do banco", afirmou Apelbaum.
Segundo ele, o banco deu prazo de três a cinco dias para analisar o caso.
Procurada a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) não se pronunciou sobre o caso até a publicação da reportagem.
Nesta quarta-feira, 22, o advogado saiu novamente pela manhã com sua cachorrinha. "Saí, mas não levei nada comigo. Mas fico com receio, pois nada impede que os bandidos fiquem bravos por não ter nada para entregar e deem um tiro", disse ele.
A psicanalista Tathiana Castanho, que também mora na região do Paraíso, onde aconteceu o assalto, afirma que se sente insegura para sair de casa. "Eu fico pasma em saber que teve esse assalto, tão perto de uma delegacia."
Assim como Apelbaum, ela afirma que está saindo de casa sem carregar seus pertences. "Tenho dois filhos pequenos e, quando os levo para a escola, vou sem nada. Se vou ao supermercado, levo apenas o cartão de crédito", acrescenta Tathiana, que também cobra mais segurança na região. "Muitas pessoas circulam por esta área. É muito movimentada. Muita gente também passeia com seus cães."
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