A semana começou com sol e altas temperaturas em grande parte do Brasil. Meteorologistas apontam potencial de quebras de recordes de calor para o mês de setembro, na última semana do inverno. O motivo é a presença de uma massa de ar extremamente quente, que vai cobrir o País nos próximos dias. A atuação de um bloqueio atmosférico vai impedir a chegada de frentes frias e existe previsão de calor "muito intenso" ou "extremo", com marcas próximas de 40ºC, segundo a MetSul Meteorologia. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta para baixa umidade em um território que abrange quase todo o Sudeste e o Centro-Oeste, partes do Nordeste, do Norte e do Sul. A maior temperatura registrada oficialmente até hoje no Brasil foi de 44,8°C em Nova Maringá (MT), em 4 e 5 de novembro de 2020. "Recordes mensais, e em algumas cidades até absolutos, podem cair neste evento de calor extremo", prevê a MetSul. O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura de São Paulo faz previsões semelhantes. Nesta segunda-feira, 18, os termômetros voltaram a superar os 30ºC, com índices de umidade abaixo de 30% e chuvas em pontos isolados somente no início da noite. O cenário deve se manter nesta terça, 19, e nos próximos dias, mas sem previsão de chuva. O recorde histórico para o mês, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), é de 37,1°C, mas já no fim do mês, início da primavera. O recorde histórico, da próxima estação, é de 37,8°C. De acordo com a MetSul, a temperatura ficará perto ou acima de 40ºC no interior paulista. Já na capital, as marcas podem ficar entre 37ºC e 39ºC. O CGE alerta ainda que essas condições meteorológicas dificultam a dispersão de poluentes, além de favorecer a formação e propagação de queimadas, o que prejudica a qualidade do ar principalmente nos grandes centros urbanos. Temperaturas semelhantes ocorreram mais recentemente entre setembro e outubro de 2020. À época, uma bolha de calor se instalou na Região Sudeste, sob um padrão de bloqueio atmosférico, com vários dias de calor extremo.
"De fato, não temos como relacionar cada onda de calor e cada evento extremo às mudanças climáticas", afirmou a climatologista Karina Bruno Lima, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). "Mas já sabemos que, de forma sistêmica, os eventos extremos estão cada vez mais intensos e frequentes, sobretudo os eventos extremos de calor." Para o meteorologista do Inmet Heráclio Alves, a virada do tempo não chega a ser anormal para esta época. "Estamos no fim do inverno, que é uma estação mais seca, num momento em que as temperaturas começam a subir, e começamos a ter essas massas de ar quente e seco." O "ápice" dessa onda de calor deve ocorrer a partir de sábado, coincidindo com o início da primavera. Karina lembrou que este ano está sendo especialmente quente. O verão no Hemisfério Norte, que termina esta semana, foi marcado por várias ondas de calor e registros de temperaturas recordes. Desde a Revolução Industrial, a temperatura média da Terra aumentou 1,1ºC por atividades humanas, sobretudo as relacionadas à queima de combustíveis fósseis. E o El Niño, fenômeno de aquecimento das águas do Pacífico, ainda tende a elevar as temperaturas médias no planeta. Seu ápice só será em dezembro. "Tem tudo para ser o ano mais quente do registro histórico e 2024 deve ser pior". diz Karina. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.
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