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Homem amarrado por PMs: 'bom policial não vai ser condenado previamente', diz secretário de SP

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, disse que não fará prejulgamento dos policiais militares envolvidos no caso recente em que um homem, suspeito de furtar comida de um mercado, foi carregado após ser amarrado pelos pés e pe

Ítalo Lo Re (via Agência Estado)

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Escrito por Ítalo Lo Re (via Agência Estado)
Publicado em 13.06.2023, 13:23:00 Editado em 13.06.2023, 13:25:34
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O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, disse que não fará prejulgamento dos policiais militares envolvidos no caso recente em que um homem, suspeito de furtar comida de um mercado, foi carregado após ser amarrado pelos pés e pelas mãos em ocorrência na Vila Mariana, na zona sul capital paulista. O caso ocorreu no último dia 5, e a própria PM reconheceu que a conduta desrespeitou o treinamento e os valores da instituição.

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Os policiais foram afastados e a ocorrência está sendo apurada por meio de um inquérito policial militar e pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP). A Ouvidoria da PM também investiga o ocorrido.

"Aquele vídeo é uma parte do todo, eu não vou analisar uma parte da ocorrência e fazer um prejulgamento dos policiais", disse o secretário em coletiva realizada nesta segunda-feira, 12, no Palácio dos Bandeirantes. Antes de ingressar na política, como deputado federal, em 2018, Derrite fez carreira na PM. "O bom policial não vai ser condenado previamente por pressão da mídia ou por pressão da imprensa", acrescentou.

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"Cada caso é um caso, a gente não pode analisar uma parte do contexto. Houve abuso policial? Não sei, a investigação é que vai definir se houve ou não. Tanto é que a própria juíza desse caso manteve a condenação do indivíduo", disse Derrite. Após o caso, a juíza plantonista Gabriela Marques da Silva Bertoli manteve a prisão do homem, de 32 anos, que foi encontrado com duas caixas de chocolate.

Como mostrou o Estadão, a defesa do homem alegou que o furto tinha o objetivo de matar a fome do suspeito e que a punição é desproporcional para um caso, segundo eles, de furto famélico. O Tribunal de Justiça de São Paulo, porém, negou o pedido de habeas corpus para o suspeito, sob a justificativa de que ele estaria acompanhado de outras duas pessoas e que também teriam sido furtadas bebidas alcoólicas.

"Não vou dizer se está certo ou não (a abordagem) sem antes ter todas as ferramentas, os subsídios para dizer como eles atuaram. Quem vai dizer é quem está tocando o inquérito policial militar", disse Derrite. Segundo ele, materiais extras estão sendo solicitados pela polícia, inclusive para estabelecimentos vizinhos. "Esse caso é objeto de uma investigação, de um inquérito policial militar. Muita coisa vai ser analisada."

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Relembre o caso

Conforme o registro feito pelos policiais na Polícia Civil, três homens teriam entrado na loja de uma rede de supermercados, na zona sul da capital, e furtado produtos alimentícios e bebidas, avaliados em aproximadamente R$ 500.

A gerência do estabelecimento acionou a PM e os policiais encontraram próximo do local o homem negro, de 32 anos, com duas caixas de chocolate. Segundo os policiais, ele teria confessado o furto, na companhia de outro homem e de um menor de idade.

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Ainda segundo a versão dos policiais militares, o suspeito teria ameaçado "pegar a arma deles" e dar tiros. Como o homem teria se negado a se sentar para ser revistado, segundo o registro, foi "necessário o uso da força para algemá-lo".

Segundo a PM, os policiais envolvidos no caso foram afastados das atividades operacionais e que um inquérito foi aberto para apurar a conduta dos agentes. A corporação afirmou que a conduta dos agentes é incompatível com o treinamento e valores da instituição, uma vez que as imagens mostram que eles agiram "em desacordo com os procedimentos operacionais padrão da instituição".

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo lamentou o episódio. Segundo a pasta, os procedimentos adotados na abordagem serão analisados, inclusive as imagens registradas pelas Câmeras Operacionais Portáteis (COPs) usadas pelos policiais. A Ouvidoria da PM também solicitou o material.

Colaborou José Maria Tomazela

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