MAIS LIDAS
VER TODOS

Cotidiano

Heleno diz que Abin não é responsável por analisar currículo de ministros

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Augusto Heleno, usou as redes sociais para justificar o fato de o governo ter deixado passar as irregularidades no currículo de Carlos Alberto Decotelli, que motivaram seu pedido de d

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 30.06.2020, 21:17:00 Editado em 30.06.2020, 21:22:39
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Augusto Heleno, usou as redes sociais para justificar o fato de o governo ter deixado passar as irregularidades no currículo de Carlos Alberto Decotelli, que motivaram seu pedido de demissão do Ministério da Educação. Heleno afirmou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) não são responsáveis por analisar currículo de ministros.

continua após publicidade

"Aos desinformados: o Gabinete de Segurança Institucional/Agência Brasileira de Inteligência examinam sobre quem vai ocupar cargos no governo, antecedentes criminais, contas irregulares e pendentes, histórico de processos e vedações do controle interno. No caso de Ministros, cada um é responsável pelo seu currículo", escreveu o general.

Anunciado como ministro da Educação na última quinta-feira, Carlos Alberto Decotelli entregou a carta de demissão ao presidente Jair Bolsonaro nesta terça. As primeiras inconsistências na formação acadêmica de Decotelli começaram a ser apontadas ainda na última sexta-feira, quando Franco Bartolacci, reitor da Universidade Nacional de Rosário, que disse que ele não conclui o doutorado. Na segunda, a Universidade de Wuppertal, na Alemanha, também afirmou que ele não fez pós-doutorado na instituição. Decotelli mudou seu currículo na plataforma Lattes depois dos questionamentos.

continua após publicidade

A situação já era considerada insustentável e o presidente chamou Decotelli para uma conversa. Em seguida, postou nas redes sociais que o economista estava sendo vítima de críticas para desmoralizá-lo. Mas deu um recado: "O Sr. Decotelli não pretende ser um problema para a sua pasta (Governo), bem como, está ciente de seu equívoco." E não indicou que haveria posse, anteriormente marcada para esta terça. Decotelli saiu da reunião dizendo que era o ministro da Educação.

A saída de Decotelli, no entanto, foi sacramentada após, em nota, a FGV informar que ele não foi pesquisador ou professor da instituição. O presidente Jair Bolsonaro ficou irritado ao saber de mais uma incoerência no currículo do indicado. O governo então passou a pressioná-lo para que apresentasse uma carta de demissão, o que ocorreu na tarde desta terça-feira. Bolsonaro agora analisa uma série de currículos para o MEC e pediu atenção máxima para evitar um novo constrangimento.

Outros casos

continua após publicidade

Outros ministros do governo Bolsonaro também já tiveram inconsistências no currículo. O antecessor de Decotelli na cadeira do MEC, Abraham Weintraub, foi apresentado pelo presidente como doutor e professor universitário "de ampla experiência em gestão". Entretanto, ele nunca recebeu título de doutor por nenhuma universidade. Após o erro ter sido apontado, Bolsonaro retificou a informação em suas redes sociais. Mas essa não era a única inconsistência no currículo do ministro e, dias depois, ele foi acusado de se "autoplagiar" publicando o mesmo artigo em mais de uma revista.

Já o primeiro ministro da Educação no governo Bolsonaro, Ricardo Vélez Rodríguez, contava com pelo menos 22 informações falsas em seu currículo. Em março de 2019, Vélez tinha atribuído a si mesmo a autoria de livros que não foram escritos por ele, e listou artigos publicados em periódicos sem reconhecimento científico.

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, se apresentava como "advogada", "mestre em educação", "em direito constitucional" e "direito da família". Em janeiro de 2019, entretanto, ela confessou que os títulos não foram conquistados em uma universidade, mas sim em leituras da bíblia. "Nas igrejas cristãs é chamado mestre todo aquele que é dedicado ao ensino bíblico", afirmou.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Cotidiano

    Deixe seu comentário sobre: "Heleno diz que Abin não é responsável por analisar currículo de ministros"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!