Um veículo blindado da Polícia Militar do Rio de Janeiro foi atacado com granadas e coquetéis molotov nesta quarta-feira, 7, na comunidade do Bateau Mouche, na zona oeste da capital fluminense. O "caveirão", nome popular do blindado, foi consumido rapidamente pelas chamas. Os policiais que estavam no veículo foram atendidos em uma unidade de saúde, após inalarem fumaça, mas todos passam bem.
O governador do Rio, Cláudio Castro, disse que a ação "inadmissível" foi em represália à morte de um chefe do tráfico na comunidade.
Conforme a PM, o blindado do 18.º Batalhão de Jacarepaguá foi mobilizado para reforçar os policiais de uma base avançada do Bateau Mouche que estavam sendo atacados por criminosos. Quando o veículo chegou à comunidade, o grupo detonou granadas e lançou as bombas incendiárias contra o blindado.
O fogo se alastrou rapidamente após atingir a mangueira de combustível. Depois do ataque, os criminosos fugiram para uma área de mata. Equipes do Corpo de Bombeiros apagaram as chamas, mas o caveirão ficou inutilizado.
Em sua conta no Twitter, o governador afirmou que o ataque foi uma represália à morte do traficante Deivid Odilon de Carvalho, o DVD do Batô, em confronto com equipes do 18.º BPM, no último domingo, 4.
"Esse ataque de hoje a um blindado que estava numa base do Batalhão de Jacarepaguá é inadmissível. É um ataque não só contra a polícia, mas contra toda a sociedade. E já sabemos que se trata de uma represália à morte do chefe do tráfico da comunidade, atingido em confronto por policiais do Batalhão", postou.
O governador disse ter determinado ao comandante da PM que as tropas especiais permaneçam no local para localizar os responsáveis pelo ataque.
Conforme o secretário coronel Luiz Henrique Marinho Pires, as equipes já ocupam a comunidade desde a madrugada e buscam pelos envolvidos na área de mata. As buscas são apoiadas pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope). Até o início da tarde, não tinham acontecido novos confrontos na região, que inclui também as comunidades Barão, Covanca e Caixa DÁgua.
O histórico de ocorrências registradas na região indicam que, desde o ano passado, as comunidades da zona oeste do Rio têm sido alvo das ações do Comando Vermelho (CV) para expandir as vendas de drogas.
Os traficantes têm entrado em confronto com milicianos e com integrantes de outras facções que disputam o mesmo território. Os moradores sofrem também o impacto dos confrontos dos criminosos com as forças de segurança.
O traficante DVD do Batô foi morto pelos policiais militares na entrada da comunidade do Bateau Mouche. Conforme a PM, um grupo de policiais do 18º BPM fazia um patrulhamento na Praça Seca quando foi atacado a tiros. Houve reação e alguns suspeitos fugiram em dois carros. Durante a perseguição, houve troca de tiros e DVD foi baleado. Ele foi levado ferido para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas não resistiu.
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