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Governo vê bons resultados da GLO e estuda ampliação para portos e aeroportos do Nordeste

O governo federal analisa a prorrogação do decreto que convocou as Forças Armadas, em novembro, para operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos. Um dos cenários considerados é estender o prazo, previsto inicialmente para acabar e

Vinícius Valfré (via Agência Estado)

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Escrito por Vinícius Valfré (via Agência Estado)
Publicado em 26.03.2024, 11:40:00 Editado em 26.03.2024, 11:46:39
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O governo federal analisa a prorrogação do decreto que convocou as Forças Armadas, em novembro, para operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos. Um dos cenários considerados é estender o prazo, previsto inicialmente para acabar em maio, por outros seis meses, e envolver terminais aeroportuários de Estados do Nordeste.

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A avaliação de auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é a de que os resultados da GLO têm sido positivos e os prejuízos financeiros causados ao crime organizado justificam os custos das operações. Além disso, os militares têm manifestado um "espírito aberto à prorrogação".

A disposição dos militares em continuar com as operações se dá, em parte, pela "agenda positiva" trazida pelo trabalho específico contra crimes como o tráfico internacional de drogas especificamente nos portos de Santos (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Itaguaí (RJ), e nos aeroportos internacionais do Galeão (RJ) e de Guarulhos (SP).

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A GLO foi decretada em um contexto no qual as Forças Armadas experimentam reveses inéditos, com investigações criminais contra oficiais e exposição da ineficiência no controle de armas de fogo que oferece riscos à segurança pública.

De 6 de novembro a 26 de fevereiro, a operação apreendeu o equivalente a R$ 73,1 milhões em ativos, como veículos, dinheiro, embarcações e equipamentos. Com as mais de 99 mil toneladas de drogas confiscadas, o governo considera ter imposto um prejuízo de alguns bilhões ao crime organizado.

O mais recente "relatório geral de esforços e resultados", que consolida dados da atuação dos militares integrada com polícias e Receita, também soma 1.783 presos e 226 armas confiscadas no período.

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Além da atuação em portos e aeroportos, o decreto de GLO também convocou o Exército e a Aeronáutica, em articulação com a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, ao "fortalecimento imediato das ações de prevenção e repressão de delitos na faixa de fronteira do território brasileiro".

Só o Exército espalhou 2 mil homens pelos mais de 2 mil quilômetros de fronteira para interceptar ilícitos nas entradas a oeste de Estados como Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

As ações ajudam o discurso político do governo Lula de atuação firme na segurança pública, área crítica em avaliações populares sobre a gestão petista. Embora sejam ações pontuais com prazo predeterminado, o presidente chegou a se referir ao decreto de GLO como mecanismo que poderia ajudar o País a se "livrar" do crime organizado.

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"A violência que temos assistido tem se agravado a cada dia que passa e resolvemos tomar uma decisão fazendo com que o governo federal participe ativamente com todo potencial que tem para que a gente possa ajudar o governo dos Estados e o próprio Brasil a se livrar do crime organizado, das quadrilhas, tráfico de drogas e do tráfico de armas", disse Lula no ato que marcou a assinatura do decreto, em 1º de novembro.

Tanto opositores do governo quanto especialistas colocam em xeque a efetividade da GLO no longo prazo. As críticas giram em torno da pontualidade das operações e da insistência na tese de que os militares seriam mais eficientes do que os civis para lidar com os problemas da segurança pública doméstica.

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Com atuação pontual, as Forças Armadas também ficam menos expostas às críticas que marcaram outras vezes em que foram chamadas a atuar na segurança pública das cidades, como nas GLOs dos complexos do Alemão e da Penha, de 2010 a 2012, na do Complexo da Maré, de 2014 a 2015 e na intervenção federal no Rio, em 2018. As ações geraram, no máximo, efeitos não sustentados a um custo financeiro elevado e até hoje existem investigações sobre suspeitas de fraudes em contratos.

O que dizem os ministérios sobre prorrogação da GLO

Oficialmente, o tema ainda não mobilizou os ministros que tratam dele, o da Casa Civil, Rui Costa, o da Defesa, José Múcio, e o da Justiça, Ricardo Lewandowski. Em nota, a Casa Civil disse que "até o momento não há sinalização, por parte dos ministérios envolvidos, para a prorrogação do prazo".

A pasta de Múcio, por sua vez, destacou o êxito da GLO e disse que a eventual prorrogação e ampliação caberá ao presidente da República.

"O Ministério da Defesa avalia como positiva a GLO com base nos números apresentados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A GLO é um instrumento de emprego excepcional, autorizado pela Presidência da República. Sendo assim, eventual decisão sobre a ampliação do prazo da GLO em portos e aeroportos somente pode ser tomada pela Presidência da República", informou.

O ministério de Lewandowski registrou que a GLO é um "instrumento excepcional" adotado de forma pontual "como resposta a uma série de crimes graves" e acrescentou que eventual ampliação será decidida em "momento oportuno" pelo presidente Lula.

"Os balanços já divulgados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública demonstram que o objetivo está sendo cumprido, com apreensões, prisões e ações de combate efetivo à entrada de entorpecentes no país. Sobre a ampliação do prazo, qualquer decisão quanto ao assunto será tomada em momento oportuno pela Presidência da República, que possui a competência para tal decisão", destacou.

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