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Governo prevê 24,5 milhões de doses de vacinas contra covid-19 em janeiro

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta quinta-feira, 17, que o governo federal prevê receber 24,5 milhões de doses de vacinas em janeiro. Dessas, 9 milhões são da Coronavac, imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com a far

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 17.12.2020, 13:57:00 Editado em 17.12.2020, 14:03:21
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O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta quinta-feira, 17, que o governo federal prevê receber 24,5 milhões de doses de vacinas em janeiro. Dessas, 9 milhões são da Coronavac, imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Em audiência no Senado, o ministro disse que está "partindo para um contrato" com o laboratório ligado ao governo de São Paulo para compra do imunizante. Na quarta-feira, Pazuello havia dado uma nova estimativa para início da vacinação no País e disse que a previsão é começar em "meados de fevereiro".

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Pazuello afirmou aos senadores que o Brasil não está atrasado, mas na "vanguarda" no processo de imunização contra a covid-19. Segundo o ministro, das 24,5 milhões doses que o País deverá receber em janeiro, 500 mil são da Pfizer, 15 milhões da AstraZeneca/Oxford, além das 9 milhões do Butantã/Sinovac.

O ministro citou que há uma acordo assinado com o Butantan para comprar 46 milhões de doses ao todo. O memorando, que não obriga a aquisição, foi firmado em outubro. À época, o ministro chamou o produto de "a vacina brasileira", mas o presidente Jair Bolsonaro desautorizou o ministro por causa de disputa política com o governador João Doria (PSDB). Na ocasião, Pazuello recuou e negou o negócio.

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Na audiência, o ministro ainda repetiu que a Fiocruz deve entregar mais de 200 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca em 2021. No plano nacional de imunização contra a covid-19 apresentado nesta quarta-feira, o governo afirma que terá mais de 350 milhões de doses de vacinas em 2021, sendo que a imunização exige a aplicação em duas etapas.

Pelo calendário da pasta, além das 24,5 milhões de doses em janeiro, a previsão é receber outras 37,2 milhões em fevereiro, sendo 500 mil da Pfizer, 15,2 milhões da AstraZeneca/Oxford e 22 milhões do Butantan. Em março, 31 milhões. "A partir daí equilibra o número", disse Pazuello, sem detalhar o cronograma.

Após estimar o início da vacinação em fevereiro ontem, Pazuello voltou a condicionar a data ao registro de uma vacina pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "Estamos realmente com as previsões prontas. Temos de ter em mente é que estamos presos à entrega e ao registro", disse. No plano nacional, a ideia é vacinar os grupos prioritários ainda no primeiro semestre.

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Em nota divulgada nesta quinta-feira, o Ministério da Saúde negou que está definido o começo da vacinação no fim de janeiro. A previsão foi citada ontem por governadores da oposição que se reuniram com Pazuello. "O Ministério da Saúde esclarece que não estabeleceu qualquer data para o início da vacinação contra a covid-19 no Brasil. Isso porque não existe sequer pedido de registro realizado por nenhum laboratório junto à Anvisa. Assim, as notícias veiculadas que citam o dia 21 de janeiro como uma possível data para o início da campanha de imunização não são verdadeiras. A desinformação não contribui e apenas confunde a população brasileira. Por isso, enfatiza-se a importância de os cidadãos, a imprensa e os formadores de opinião acompanharem atentamente os canais oficiais do Ministério da Saúde."

Críticas à Pfizer

Durante a reunião no Senado, Pazuello fez críticas à farmacêutica Pfizer, que negocia com o governo federal a distribuição de 70 milhões de doses de vacina contra a covid-19 em 2021. O laboratório americano já conseguiu o aval de autoridades sanitárias dos Estados Unidos e do Reino Unido, que já começaram a utilizar o imunizante para vacinar sua população.

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Pazuello reclamou do número de doses oferecidas pela empresa para os primeiros meses do próximo ano, além da exigência de assinar cláusula para isentar a empresa de responsabilidade sobre efeitos colaterais que a vacina ou de julgamentos em tribunais brasileiros. "Pasmem, estamos pensando em aceitar. É uma realidade, isso, claro, precisa passar pela decisão do governo e chancela do Congresso", disse o ministro.

Segundo ele, as condições apresentadas pela empresa durante a negociação para compra da vacina "foram realmente muito duras". "Isenção completa de qualquer responsabilidade de efeitos colaterais da empresa. 100% de isenção. A Pfizer também não quer ser julgada nos nossos tribunais", afirmou.

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Pazuello ainda reclamou sobre a quantidade de doses oferecidas: "Só 500 mil em janeiro, 500 mil em fevereiro, e 1 milhão em março. Essa foi a proposta inicial. A segunda proposta, só mudou pela caixa de isopor", disse ele, referindo-se a uma caixa de armazenamento a -70º Celsius que a empresa se comprometeu a entregar ao ministério.

Como mostrou o Estadão, antes de firmar um memorando de entendimento com a Pfizer, Pazuello chegou a comentar nos bastidores, de forma irônica, que a proposta da farmacêutica não servia nem para imunizar Brasília, que tem cerca de 3 milhões de habitantes. Segundo plano de imunização apresentado na quarta pelo governo federal, a Pfizer entregará 70 milhões de doses em 2021, sendo 2 milhões no primeiro trimestre. No semestre, a soma será de 8,5 milhões. Outras 32 milhões de unidades chegariam no terceiro trimestre e 29,5 milhões no restante do ano.

O ministro reforçou que Reino Unido e Estados Unidos ainda não registraram a vacina da Pfizer, o que permitiria a vacinação em massa, mas apenas liberaram o uso emergencial. "Os números são pífios, como é o número emergencial. Não sou contra o uso emergencial, sou a favor", disse Pazuello.

O ministro afirmou que telefonou a um representante da Pfizer no Brasil e pediu para que a empresa tentasse o aval de uso emergencial no País. Segundo Pazuello, uma reunião entre a Pfizer e a Anvisa foi feita na segunda-feira, mas não houve acerto. O representante do laboratório teria dito que a "agência é detalhista", afirmou Pazuello.

Em nota, a Pfizer afirma que não comenta negociações em curso com o governo. "O que podemos comentar é que dados os riscos associados ao desenvolvimento de uma vacina, muitos governos estão fazendo novas leis que conferem proteção aos fabricantes de vacinas", disse a empresa.

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