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Governo de SP pagou só 28% dos aparelhos usados por pacientes com deficiência

Apenas 28% dos equipamentos ou produtos usados por pacientes com deficiência em reabilitação do Sistema Único de Saúde (SUS) de São Paulo, como cadeiras de rodas e aparelhos auditivos, foram cedidos pelo poder público, conforme relatório da Organização Mu

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 16.05.2022, 13:23:00 Editado em 16.05.2022, 13:25:40
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Apenas 28% dos equipamentos ou produtos usados por pacientes com deficiência em reabilitação do Sistema Único de Saúde (SUS) de São Paulo, como cadeiras de rodas e aparelhos auditivos, foram cedidos pelo poder público, conforme relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgado nesta segunda-feira, 16. Cerca de 47% dos produtos foram comprados com recurso próprio e outros 22% com a ajuda de parentes e amigos.

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No mundo, a média de pagamentos do próprio bolso foi de 65,5% dos produtos. Altos custos, baixa disponibilidade e falta de suporte foram apresentadas como as principais barreiras ao acesso. Em São Paulo, diz o documento, 50% dos pacientes em reabilitação precisava de produtos assistivos - excluindo óculos. Aproximadamente 22% relataram necessidade de aparelhos auditivos.

O estudo recolheu dados de 35 países, onde mais de 330 mil pessoas foram ouvidas. No Brasil, foram 929 entrevistados. O documento não detalha se esses pacientes buscavam tratamento nas redes municipal, estadual ou federal. Procurados, o Ministério da Saúde e as secretarias estadual e municipal da Saúde de São Paulo não se manifestaram até a publicação desta matéria.

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Tecnologia assistiva é o termo usado para produtos, recursos e serviços para pessoas com algum tipo de deficiência. Os produtos podem ser físicos, como cadeiras de rodas, óculos, aparelhos auditivos, próteses e órteses; e até digitais, na forma de softwares e aplicativos que ajudam a comunicação. Segundo especialistas, o acesso a esses aparelhos pode ajudar no desenvolvimento do paciente, além de melhorar na sua qualidade de vida.

Na medida em que a população envelhece e a prevalência de doenças não transmissíveis aumenta, a estimativa é de que o número de pessoas que precisam de um ou mais desses produtos aumente para 3,5 bilhões até 2050. A necessidade também cresce durante crises humanitárias, como a guerra na Ucrânia, mas o fornecimento dessas tecnologias ainda não é prioritário na resposta a emergências, destacaram os pesquisadores.

Durante a vida, é provável que todas as pessoas necessitem de ao menos uma tecnologia assistiva. O relatório, no entanto, destaca que, embora a necessidade venha aumentando com o tempo - o que está intimamente ligado com a tendência de envelhecimento populacional -, o acesso não tem sido suficiente.

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"A tecnologia assistiva abre as portas para a educação de crianças com deficiência, emprego e interação social para adultos que vivem com deficiência, e uma vida independente e digna para os idosos", destaca o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em comunicado à imprensa. "Apelamos a todos os países para que financiem e priorizem o acesso à tecnologia assistiva e deem a todos a chance de viver de acordo com seu potencial."

Já Catherine Russell, diretora-executiva da OMS, frisou que há quase 240 milhões de crianças com deficiências no mundo. "Negar às crianças o direito aos produtos de que precisam para prosperar não prejudica apenas as crianças individualmente, mas priva suas famílias e comunidade de tudo o que poderiam contribuir se suas necessidades fossem atendidas", explicou. A falta de acesso, alertou, deixa-as sujeitas à discriminação e também em risco maior de trabalho infantil.

IDH

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A taxa estimada de necessidade de uma ou mais tecnologias assistivas foi de 31,3% - três em cada dez vão precisar de um aparelho ou equipamento para lidar com alguma deficiência. Quando excluídos os óculos, o produto mais demandado, esse índice cai para 11,3%.

Essa taxa, incluindo óculos, foi influenciada pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que leva em conta atributos como expectativa de vida e educação e renda das nações. Passou de 14,4% em países de pontuação baixa, para 55,6% nos de muito alta. Ao excluir óculos, não houve variação significativa na prevalência de necessidade.

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A distância para adquirir produtos, porém, também chama atenção. Em média, os pacientes tiveram de percorrer 25 km (68,2%). Em alguns países, mais de um em cada cinco usuários percorreu mais de 100 km.

Ao final do relatório, as instituições listam dez ações concretas para garantir o acesso aos produtos assistivos:

- Melhorar o acesso nos sistemas de educação, saúde e assistência social.

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- Garantir a disponibilidade, segurança, eficácia e acessibilidade dos produtos assistivos.

- Ampliar, diversificar e melhorar a capacidade da força de trabalho capacitada sobre produtos assistivos.

- Envolver ativamente os usuários de tecnologias assistivas e suas famílias.

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- Aumentar a conscientização pública e combater o estigma.

- Investir em dados e políticas baseadas em evidências.

- Investir em pesquisa e inovação.

- Desenvolver e investir em ambientes acessíveis.

- Incluir tecnologia assistiva como resposta humanitária.

- Fornecer assistência técnica e econômica por meio de cooperação internacional para apoiar os esforços nacionais.

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