Vídeos que circulam pelas redes sociais exibem o momento em que a ponte Juscelino Kubitschek, que conecta os estados de Tocantins e Maranhão, desaba. O caso foi registrado neste domingo (22) e provocou a morte de uma pessoa, além de deixar 15 desaparecidos. Entre as vítimas estão duas crianças, além de motoristas e passageiros de veículos que transitavam na estrutura no momento do acidente.
O Ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou nesta segunda-feira (23) que a reconstrução da ponte deve custar entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões. Ele também confirmou que as obras estão previstas para iniciar no começo de 2025, após a retirada dos escombros e avaliações técnicas dos danos submersos.
Ponte estratégica com mais de 60 Anos
Construída na década de 1960, a ponte é um elo fundamental entre as rodovias Belém-Brasília e Transamazônica, conectando os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA).
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), responsável pela manutenção, será investigado por meio de sindicância instaurada pelo Ministério dos Transportes para apurar as causas do colapso e eventuais negligências.
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A importância estratégica da ponte ficou ainda mais evidente com o impacto imediato no tráfego. Governadores dos dois estados afetados, Carlos Brandão (Maranhão) e Wanderlei Barbosa (Tocantins), alinharam um plano emergencial para redirecionar o tráfego rodoviário via Imperatriz (MA), apesar de já haver registros de congestionamentos na região.
Impacto socioeconômico e ambiental
Além do impacto na mobilidade, as consequências socioeconômicas para os dois estados são evidentes. “O comércio vai sofrer com o isolamento parcial, mas é um desafio que precisamos enfrentar com planejamento”, declarou o governador Carlos Brandão.
No entanto, as buscas por desaparecidos enfrentaram um obstáculo adicional. Dois caminhões que despencaram na queda transportavam ácido sulfúrico, contaminando o rio Tocantins. A operação de resgate foi suspensa temporariamente e a população local foi orientada a evitar contato com a água.
Outros veículos envolvidos no acidente carregavam materiais como defensivos agrícolas e placas de MDF. A combinação do impacto ambiental com a tragédia humana exige uma resposta coordenada entre autoridades federais, estaduais e municipais.
Moradores denunciam problemas estruturais
Relatos de problemas estruturais na ponte não são novidade para os moradores da região. O vereador de Aguiarnópolis, Elias Cabral Júnior, capturou um vídeo pouco antes do colapso, mostrando rachaduras visíveis e alertando sobre o risco iminente. “Essa ponte já tem mais de 60 anos e não está suportando o fluxo intenso de veículos pesados”, afirmou.
Victor Costa, morador de Aguiarnópolis, utilizou um drone para registrar imagens aéreas que mostram o estado da ponte antes e depois do acidente. “Diversas denúncias já foram feitas pela população, tanto sobre buracos quanto sobre a estrutura comprometida. A gente passava com medo, mas sem alternativas”, comentou.
Reconstrução e medidas futuras
Durante pronunciamento no Maranhão, o ministro Renan Filho destacou a complexidade das obras necessárias. “Além da reconstrução, será preciso remover os escombros e avaliar os custos adicionais. Queremos entregar essa ponte no ano de 2025 com o compromisso de evitar tragédias futuras”, declarou.
O plano inclui a inclusão das obras no orçamento de 2024 e o início dos trabalhos logo nos primeiros dias do ano seguinte. Para isso, equipes técnicas já iniciaram os levantamentos preliminares no local.
Enquanto as buscas pelos desaparecidos continuam, a tragédia da ponte Juscelino Kubitschek expõe a fragilidade da infraestrutura rodoviária brasileira e reforça a necessidade de manutenção preventiva em estruturas estratégicas para o país.
Fonte: Click Petróleo e Gás.
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