Fugindo da invasão da Rússia, muitos ucranianos começaram a deixar o país em direção à Polônia. Centenas já chegaram na cidade de Medyka na manhã desta quinta-feira (24) – muitos deles já trazendo filhos e bagagens.
Oficiais da União Europeia que trabalham em países que fazem fronteira com a Ucrânia, incluindo a Romênia e a Eslováquia, disseram que ainda não perceberam um aumento no fluxo de refugiados. No entanto, a mídia local e testemunhas afirmaram que a movimentação já cresceu.
O gerente técnico Alexander Bazhanov, de 34 anos, deixou o lar no leste da Ucrânia. Acompanhado pela mulher e pelo filho, ele levou apenas o que conseguiu. A última parte do trajeto foi feita a pé.
Bazhanov é morador de Mariupol, cidade que fica a 113 quilômetros de Donetsk. Ele decidiu partir em direção a Polônia assim que soube, por meio de um colega, que a guerra havia começado.
"A única coisa que consigo sentir agora é medo", disse Bezhanov durante a travessia da fronteira, a 400 quilômetros de Varsóvia. "Vou visitar meu pai na Espanha, mas não tenho dinheiro e nem sei como conseguirei fazer isso".
A Eslováquia vai enviar 1,5 mil militares para a fronteira com a Ucrânia para ajudar os refugiados. O país também vai aumentar o volume de passagens pela fronteira, segundo veículo da imprensa local.
Forças russas invadiram a Ucrânia por terra, ar e mar nesta quinta (24) depois que o presidente Vladimir Putin autorizou o que ele mesmo chamou de "operação militar especial no leste".
Há semanas, nações da Europa Central que fazem fronteira com a Ucrânia se preparam para um fluxo de refugiados em busca de proteção dentro da União Europeia.
A travessia por Medyka é muito utilizada por pessoas que atravessam a fronteira para fazer compras ou que viajam a trabalho.
As filas para entrar na cidade da fronteira polonesa cresceram durante a manhã desta quinta. Algumas pessoas diziam temer que a Rússia entrasse ainda mais no território ucraniano.
"Todos pensavam que a parte ocidental da Ucrânia estava a salvo porque é mais próxima da União Europeia e das nações da OTAN", disse Maria Palys, de 44 anos, que viajou até a fronteira com a família. "Mas parece que permanecer lá não é mais a forma correta de se proteger".
A Rússia exigiu que a OTAN interrompa sua expansão em direção ao leste. Putin disse considerar inaceitável a filiação da Ucrânia à aliança militar comandada pelos Estados Unidos.
Segundo Putin, a Rússia se viu sem escolhas a não ser se defender contra o que ele classificou como ameaças da Ucrânia - um estado democrático com uma população de 44 milhões de pessoas.
As notícias da invasão levaram Olga Pavlusik e seu namorado, Bohdan Begey, a partir em direção a Polônia. Ambos deixaram a casa onde viviam, em uma cidade no oeste da Ucrânia.
Eles não sabem para onde ir.
"Qualquer lugar seguro será bom", disse Olga.
Com informações, G1
Deixe seu comentário sobre: "Fugindo da invasão da Rússia, ucranianos deixam o país"