Na sexta-feira (20), Dia da Consciência Negra, a família de uma menina negra, de 10 anos, confeccionou um boletim de ocorrência contra a escola que a criança estuda após a estudante ser excluída de uma publicidade do estabelecimento de ensino, em Jundiaí, São Paulo.
De acordo com a escola, a atitude não foi proposital, a agência de publicidade contratada geralmente posiciona a caixa de texto do lado direito dos anúncios da escola. E, por conta disto, o rosto da aluna foi encoberto.
O pai da menina, de 50 anos, disse em depoimento a polícia que estava jantando na casa de amigos, quando viu um anúncio da escola, em uma rede social, em que apareciam três alunas brancas e ela.
Porém, na publicidade a menina negra estava encoberta por uma mensagem em espaço amarelo. “Importante na escola não é só estudar, é também criar laços de amizade e convivência”, mencionando o educador Paulo Freire. A ocultação da imagem, vista pela própria criança, " a deixou em uma situação vexatória", conforme o boletim de ocorrência.
Após o caso viralizar nas redes sociais, a escola retirou a publicação. Já em uma nova divulgação, feita no domingo, o colégio compartilhou de novo a foto, porém com a aluna negra visível desta vez.
O advogado da família relatou que dará andamento nas averiguações do caso. A mãe da criança afirmou, nesta terça-feira (24), que irá transferir a filha de escola.
A mãe disse que a criança “está insegura e não quer ficar sozinha”, acrescentando que a menina “não gosta de comentar no assunto.”
Segundo Antonio Tota Júnior, delgado da 7º DP de Jundiaí, foi instaurado um inquérito policial, para investigar o caso. “Precisamos ouvir todas as partes envolvidas, incluindo da escola, para criar ainda uma convicção do que aconteceu de fato. Qualquer afirmação minha, neste momento, seria prematura", argumenta.
A escola ainda será oficiada pela polícia para esclarecer como a peça publicitária foi produzida e veiculada. O caso foi registrado como “preconceito de raça ou cor”.
Com informações; Banda B.
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