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Situação de emergência

“Extremamente grave”, diz pesquisadora sobre a queimada no Pantanal

A onça-pintada, um dos símbolos do bioma no país, além de jacarés e cobras, são algumas espécies em perigo devido ao fogo no Pantanal

Da Redação

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Os brigadistas tentam apagar o fogo que avança sem controle
Icone Camera Foto por JOÉDSON ALVES/AGÊNCIA BRASIL
Os brigadistas tentam apagar o fogo que avança sem controle
Escrito por Da Redação
Publicado em 27.06.2024, 09:35:49 Editado em 27.06.2024, 09:36:15
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O fogo no Pantanal destruiu o equivalente a 680 mil campos de futebol e ameaça uma área três vezes maior. O Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ divulgou uma análise estimando que os incêndios podem destruir, no mínimo, 2 milhões de hectares do Pantanal - uma área 13 vezes maior do que a cidade de São Paulo. Assista o vídeo explicativo abaixo.

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Os brigadistas tentam apagar o fogo que avança sem controle. E o que já está crítico, pode piorar. “A situação é extremamente grave, extremamente preocupante diante do contexto climático que nós estamos vivenciando na região desde 2019 pelo menos, em que há uma seca persistente. Embora em 2023 tenha dado um certo alívio, a seca voltou em 2024, o que provoca um estresse na vegetação muito grande aliado a altas temperaturas. É a combinação perfeita para que os incêndios ocorram”, explica Renata Libonati, coordenadora LASA/UFRJ.

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Em 2024, já são 677 mil hectares devastados, mais que no mesmo período de 2020 - ano dos maiores incêndios no bioma. A análise mostra que, em junho, não foram registrados raios, uma das causas naturais de fogo na área.

“Os nossos estudos anteriores já provavam que a causa principal da ocorrência, a fonte de ignição principal no Pantanal para a ocorrência de incêndios, é humana”, afirma Renata Libonati.

Situação de emergência

O governo do Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência por causa dos incêndios. O decreto de emergência prevê uma atuação do poder público mais célere nos municípios do estado afetados pelos incêndios.

O solo de turfa, típico do Pantanal devido à decomposição de matéria orgânica, é outro componente que alimenta o fogo. Quando seco, criam-se bolsões de ar dentro do solo, formando material combustível. O incêndio em turfa é considerado, nos manuais de combate ao fogo, como um dos mais complexos tipos de incêndios florestais. A primeira vista, parece que não há fogo na área, enquanto no subsolo um incêndio florestal de grandes proporções se desenvolve silenciosamente.

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Além da vegetação peculiar do Pantanal, e da baixa umidade relativa do ar, com altas temperaturas e sem chuvas há 72 dias em Corumbá, e 67 dias em outras áreas do bioma, o vento forte, que na maioria das vezes ultrapassa 50 km/h, é um dos principais empecilhos nas ações de combate aos incêndios. Somente nos dias 22 e 23 de junho, o Pantanal registrou 256 focos de calor, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Em Mato Grosso do Sul foram 248 focos e em Mato Grosso 8. O município de Corumbá concentra 85,2% dos focos no Pantanal.

O trabalho de combate aos incêndios no Pantanal de Mato Grosso do Sul está envolvendo ações simultâneas por terra e também pelo ar, com helicópteros e um avião.

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Animais em ameaça

Da onça-pintada, um dos símbolos do bioma no Brasil, passando por jacarés e cobras, diversas espécies correm risco diante do desequilíbrio ambiental e do fogo causa na região. Confira abaixo cada um deles que sofrem ameaça devido às queimadas:

  • Onça-pintada: a única espécie do gênero panthera na região, está no topo da cadeia alimentar do Pantanal, sendo sua presença mais comum no Parque Estadual do Encontro das Águas, no estado do Mato Grosso. Além de sofrer com diversos os incêndios, as onças-pintadas também enfrentam a caça ilegal.
  • Tamanduá-bandeira: presente também em outros biomas brasileiros e lugares da América Latina, é um mamífero bem comum no Pantanal e que pode chegar a ter 2 metros de comprimento e pesar 45 kg. O tamanduá-bandeira sofreu muito ao longo dos grandes incêndios de 2020 e é preocupante sua situação atual.
  • Ariranha: espécie considerada “em perigo” pela Lista Vermelha União Internacional para a Conservação da Natureza. É uma espécie bem tradicional do Pantanal, típica dos rios da região. Porém, as secas e as queimadas afetam essa espécie diretamente.
  • Cervo-do-pantanal: apesar do nome, esse grande cervídeo (que pode pesar até 130 kg) é comum também em outras regiões do Brasil e da América do Sul. Ele possui uma membrana protetora em seus cascos, que permite a ele conseguir ficar longos períodos em regiões alagadiças como o Pantanal.
  • Arara-azul-grande: essa bela ave é encontrada em outros locais, mas o Pantanal é seu principal habitat sendo que no bioma, 90% de seus ninhos são feitos em uma única espécie de árvores: o manduvi. Os incêndios e secas afetam a mata e acabam forçando a migração dessas aves.
  • Jacaré-do-pantanal: comumente encontrado em regiões alagadas é um dos maiores predadores do Pantanal. Esse jacaré é um animal que sofre muito com as secas, queimadas e também com a caça ilegal (por conta de seu couro).
  • Sucuri-amarela: essa serpente não venenosa é encontrada na América do Sul, sendo bem comum no Pantanal. Tem hábitos aquáticos e, por isso mesmo, o ambiente mais seco e com incêndios prejudica o seu habitat natural.
  • Surucucu-do-pantanal: essa serpente de grande porte pode atingir até 3 metros de comprimento. Apesar do nome, ela é de outra família da surucucu comum e não é peçonhenta.

Confira abaixo o que os grupos de resgate falam sobre o caso:

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