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Estudantes pedem novo adiamento do Enem em meio ao avanço da pandemia no Brasil

Entidades estudantis pedem um novo adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcado para os dias 17 e 24 de janeiro de 2021. Realizada em meio à pandemia, a prova tem 5,7 milhões de inscritos em todo o País. Segundo os estudantes, não há condiç

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 07.01.2021, 13:23:00 Editado em 07.01.2021, 13:28:40
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Entidades estudantis pedem um novo adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcado para os dias 17 e 24 de janeiro de 2021. Realizada em meio à pandemia, a prova tem 5,7 milhões de inscritos em todo o País. Segundo os estudantes, não há condições seguras para a realização do exame. O Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela prova, afirma que a data está mantida.

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Em nota conjunta, a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) afirmam que a realização da prova coloca em risco a segurança "em um ambiente de crescente contaminação". As entidades citam o fato de que milhões de pessoas ficarão em salas de aulas fechadas distribuídas por todo o País.

"Não há confiança por parte de muitos estudantes, seja pelo cuidado com a saúde, muitos em grupo de risco, ou mesmo pelas restrições impostas nos Estados e municípios", afirma a nota. Nas redes sociais, os estudantes também organizam manifestações pedindo o adiamento do Enem. Um "tuitaço" foi realizado nesta quarta-feira, pedindo um Enem seguro.

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A prova está marcada para os dias 17 e 24 de janeiro, em um momento em que o Brasil chega perto das 200 mil mortes pela covid-19, com curva ascendente de infecções. Algumas regiões, como o Estado do Amazonas e a cidade de Belo Horizonte, já determinaram o fechamento do comércio por causa do aumento das internações pela covid-19.

Inicialmente, o exame ocorreria em novembro, mas, por pressão dos estudantes e de outras entidades, uma consulta pública foi convocada no ano passado para definir uma nova data. Essa enquete indicou que a maioria dos alunos inscritos preferia fazer a prova em maio de 2021.

Apesar de o resultado da enquete indicar preferência pelo mês de maio, o Inep marcou o exame para janeiro. O argumento foi que, se o exame fosse realizado só em maio, os ingressos no ensino superior ocorreriam apenas no segundo semestre. "Perderíamos o semestre inteiro", argumentou à época o ministro interino da Educação, Antônio Vogel.

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O ano de 2020 foi marcado pela desigualdade na educação. Enquanto parte das escolas particulares conseguiu se organizar para oferecer aulas a distância, na rede pública houve dificuldade de garantir o acesso dos alunos às atividades remotas - já que muitos não têm equipamentos - e até mesmo de entregar atividades impressas para aqueles que vivem em zonas rurais ou áreas remotas. Em outubro, 4,9 milhões de estudantes do ensino fundamental e médio não tiveram acesso a atividades escolares.

As desigualdades na educação também são um argumento dos estudantes em defesa do adiamento do Enem. "O que se esperava, desde o início, era que o MEC estivesse na linha de frente, propondo e coordenando um grupo de trabalho, com ações estratégicas e investimentos que buscassem reduzir as desigualdades aprofundadas pela pandemia", escreveram os estudantes. "Tanto essas medidas não aconteceram, quanto os números de contaminações e mortes por covid-19 voltaram a crescer exponencialmente."

A Secretaria da Educação da Bahia também encaminhou ofício ao MEC, no fim do ano passado, pedindo o adiamento das provas do Enem para o mês de maio de 2021. O secretário da Educação do Estado, Jerônimo Rodrigues, aponta o aumento expressivo das taxas de contaminação pelo coronavírus.

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Para Rodrigues, não é razoável expor milhões de alunos ao risco de aglomeração e contaminação. Ele também destaca a situação de desvantagem dos estudantes com menor acesso a equipamentos. Na rede estadual baiana, 67 mil estudantes se inscreveram para fazer o Enem. Como outros Estados do País, a Bahia tem alta ocupação de leitos de UTI.

Medidas sanitárias

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O Inep afirma que a ocupação deve ser de, aproximadamente, 50% da capacidade original das salas onde os participantes realizarão o exame. Para esta edição, devem ser usadas 205 mil salas, em 14 mil pontos de aplicação. Em 2019, o Enem foi aplicado em 145 mil salas de aplicação, em cerca de 10 mil locais de prova.

O uso de máscaras pelos candidatos será obrigatório e estudantes com sintomas ou com a covid detectada não devem comparecer ao local de prova e podem solicitar a reaplicação do exame. "O participante que estiver acometido pela covid-19 ou que esteja com suspeita de contágio deverá fazer a inserção de documento que comprove a condição na Página do Participante", explica o Inep.

Segundo o Inep, esse documento pode ser um resultado positivo para coronavírus, na data de aplicação das provas; atestado ou relatório médico, conforme previsto nos editais do Enem. O documento será avaliado e, comprovada sua veracidade, o participante poderá participar da reaplicação do exame, nos dias 23 e 24 de fevereiro de 2021.

Indagado sobre os pedidos de adiamento do Enem, o Inep divulgou vídeo em que o presidente, Alexandre Lopes, reforça a segurança do exame. "Investimos mais de 69 milhões em medidas de segurança relativas a covid", diz Lopes.

Segundo ele, haverá espaçamento entre os alunos, menos participantes em cada sala e a identificação dos estudantes será feita do lado de fora. Também será disponibilizado álcool em gel para todos os participantes e aplicadores. As salas de aula deverão priorizar a ventilação natural e aeração dos ambientes.

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