Um entregador de 24 anos está internado em estado grave no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Municipal Salgado Filho, no Rio de Janeiro, após ter sido baleado por um policial militar. O fato ocorreu na noite dessa segunda-feira (4) depois de o militar se recusar a descer para buscar o pedido que havia feito na portaria.
O policial, identificado como Roy Martins Cavalcanti, fez um pedido a um estabelecimento comercial. Após isso, o entregador Nilton Ramon de Oliveira se mobilizou para levar o produto de bicicleta ao cliente.
No portão do endereço, uma rua gradeada, o PM exigiu que o trabalhador levasse o lanche até a casa. Nilton explicou que não era obrigado a subir, e os dois começaram a discutir por mensagens no aplicativo.
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Diante da recusa do PM em encontrá-lo, Nilton acionou o protocolo de devolução na plataforma e voltou para a loja. Porém, o militar não gostou da ação de Nilton e começou a segui-lo.
Os dois, então, começaram a discutir. Inclusive, o entregador gravou toda a situação.
Outros entregadores flagraram a situação e tentaram intervir, mas não obtiveram sucesso. Roy sacou uma arma de fogo e atirou contra o entregador. A vítima sofreu um disparo na coxa.
Uma testemunha afirmou que o PM foi embora após o disparo. “Ele chegou a prestar um primeiro socorro para ele [entregador], entrou no carro e foi embora, falando que era polícia”, disse.
O autor do disparo, o cabo Roy Martins Cavalcanti, se apresentou na 30ª DP (Marechal Hermes), e a Corregedoria da PM abriu um procedimento para apurar o fato. O militar disse que atirou em legítima defesa depois de Nilton tentar pegar sua arma.
O que diz o PM?
A prévia de ocorrência da 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar está registrada como “lesão corporal por perfuração de arma de fogo, em legítima defesa”.
No documento, Roy contou que chegou do serviço por volta das 19h40 e encontrou a esposa nervosa, “pois havia sido destratada pelo entregador do iFood, que se negou a entregar o lanche”.
Ainda a pedido da mulher, Roy foi até a Praça Saiqui para reaver a entrega. O PM afirma que “a todo momento era ofendido por Nilton, que incitava outros entregadores”.
“Roy, para resguardar sua segurança, diante da atitude agressiva de Nilton, sacou sua arma e verificou se Nilton estaria com algum armamento”, prossegue o registro.
“Nilton incitou os demais entregadores, que começaram a se inflamar contra Roy. O policial, já com a arma em porte velado, conversou com demais entregadores e explicou sobre a atitude desrespeitosa e agressiva do entregador.”
A mulher de Roy ligou para o 190 e pediu reforço. O cabo pediu que Nilton esperasse a chegada dos policiais, “mas o entregador se negou”.
“Nilton tentou pegar a arma de Roy, que, para preservar sua vida, efetuou um disparo na perna esquerda de Nilton”, destaca o registro.
“Neste momento, Roy fez um torniquete na perna de Nilton e ligou para o 193 solicitando socorro”, finalizou.
O cabo foi ouvido pela Polícia Civil e liberado. A arma chegou a ser acautelada, mas acabou devolvida.
Com informações do G1.
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