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Empresário é condenado a 42 anos por assassinato de jogador no Paraná; relembre o caso

O empresário Edison Luiz Brittes Júnior, de 43 anos, foi condenado em júri popular a 42 anos, cinco meses e 25 dias de prisão, em regime fechado, pela morte do jogador Daniel Corrêa Freitas. A sentença foi proferida na noite desta quarta-feira, 20, pelo j

Ederson Hising, especial para o Estadão (via Agência Estado)

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Escrito por Ederson Hising, especial para o Estadão (via Agência Estado)
Publicado em 21.03.2024, 08:35:00 Editado em 21.03.2024, 08:37:40
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O empresário Edison Luiz Brittes Júnior, de 43 anos, foi condenado em júri popular a 42 anos, cinco meses e 25 dias de prisão, em regime fechado, pela morte do jogador Daniel Corrêa Freitas. A sentença foi proferida na noite desta quarta-feira, 20, pelo juiz Thiago Flores Carvalho, 1ª Vara do Júri de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, após três dias de julgamento. Sete pessoas foram rés no processo e, dos cinco acusados de homicídio, quatro foram absolvidos.

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A condenação do empresário se deu pelos crimes de homicídio qualificado, por motivo torpe, uso de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, ocultação de cadáver, corrupção de menores e coação no curso do processo.

Edison Brittes está preso há cinco anos e quatro meses. Cabe recurso da sentença.

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O crime aconteceu em 27 de outubro de 2018, em São José dos Pinhais. O corpo do jogador foi encontrado parcialmente degolado e com o órgão genital cortado, em uma estrada rural. À época, Daniel era jogador do São Bento, de Sorocaba (SP). O meia, que tinha 24 anos, fez a base no Cruzeiro e passou por clubes como São Paulo, Coritiba e Botafogo.

O conselho de sentença, formado por sete jurados, absolveu a mulher de Edison, Cristiana Rodrigues Brittes, das acusações de homicídio qualificado e coação no curso do processo. Mesmo assim, ela foi condenada a seis meses de detenção e mais um ano de prisão, em regime aberto, pelos crimes de fraude processual e corrupção de menores.

Allana Emilly Brittes, filha do empresário, foi condenada a seis anos, cinco meses e seis dias de reclusão e mais nove meses e 10 dias de detenção pelos crimes de fraude processual, corrupção de menores e coação no curso do processo.

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Ela, que respondia em liberdade, teve a prisão determinada pelo juiz em plenário para início de cumprimento da pena. A defesa de Allana tentou recorrer da prisão ainda durante o julgamento, mas o pedido não foi acatado.

Os réus David Willian Vollero Silva, Ygor King e Eduardo Henrique Ribeiro da Silva foram absolvidos das acusações de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual. A ré Evellyn Brisola Perusso também foi absolvida da única acusação que tinha pelo crime de fraude processual.

Durante o júri, que durou cerca de 35 horas ao longo dos três dias, foram ouvidas 13 testemunhas, sendo duas sigilosas, houve o interrogatórios dos sete réus do caso, além dos debates entre acusação e defesa. Os réus estavam presentes no momento da leitura da sentença pelo juiz. A mãe e familiares da vítima também participaram do julgamento.

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O crime

Antes da morte, o atleta havia participado da festa de aniversário de 18 anos de Allana Brittes, em uma boate de Curitiba. No local, o jogador foi convidado para continuar a comemoração na casa da família, em São José dos Pinhais.

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Segundo a investigação, Daniel foi espancado ainda na casa da família depois que o assassino o encontrou na cama ao lado da mulher dele, Cristiana Rodrigues Brittes.

O jogador enviou fotos da mulher em um grupo de amigos pelo WhatsApp. Edison Brittes alegou que Daniel tentou estuprar Cristiana, porém a investigação da Polícia Civil concluiu que não houve tentativa de estupro.

Além de Brittes, outros três amigos da filha que estavam na festa teriam participado das agressões e da ocultação do cadáver. Depois do espancá-lo, ainda na casa da família, o assassino degolou e cortou o órgão genital da vítima e deixou o corpo em uma estrada rural da Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais.

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'Fiz isso sozinho'

Em interrogatório no Tribunal do Júri, que durou cerca de 1h15, o condenado afirmou que agiu sozinho depois de ter tirado a vítima da casa e o levado para a zona rural. "Eu arrastei ele (Daniel) tirando da estrada. Na hora que eu desci do carro eu não vi nada. Meu foco era o abusador. Não sei se os meninos desceram do carro na hora. Eu fiz isso sozinho", afirmou.

Edison Brittes relatou também que estava transtornado quando cometeu o crime. Ele alegou ter visto o atleta com o pênis para fora da roupa na cama, ao lado da mulher.

"Eu estava muito transtornado, pensava nas mensagens, remoía tudo dentro de mim. Eu me lembrava dele falando que comeu ela. Sim, eu peguei e emasculei ele. Fui na direção do carro e joguei a parte dele. Quando eu joguei o órgão dele eu vi que um dos meninos estava na frente do carro vomitando. Era o meu genro David", afirmou.

O que dizem as defesas

Em nota, a equipe de defesa da família Brittes, comandada pelo criminalista Elias Mattar Assad, afirmou que vai recorrer da decisão "com a finalidade de anular o júri, diante das diversas nulidades ocorridas no curso do julgamento e, alternativamente, para revisão do cálculo da pena aplicada ao acusado Edison Brittes".

A defesa também considerou a pena de Allana exagerada e avaliou que não autorizaria a prisão dela. OEstadãonão conseguiu contato com as defesas dos quatro réus absolvidos e da família da vítima.

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