MAIS LIDAS
VER TODOS

Cotidiano

Em SP, Tarcísio adia promessa de acabar com vacina obrigatória no serviço público

Uma das promessas mais controversas de campanha do governador eleito de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), o fim da obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19 para os servidores públicos, deve ser adiada e não é prioridade na agenda da área

Pedro Venceslau e Gustavo Queiroz (via Agência Estado)

·
Escrito por Pedro Venceslau e Gustavo Queiroz (via Agência Estado)
Publicado em 05.12.2022, 12:21:00 Editado em 05.12.2022, 12:25:45
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

Uma das promessas mais controversas de campanha do governador eleito de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), o fim da obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19 para os servidores públicos, deve ser adiada e não é prioridade na agenda da área de saúde do governo de transição.

continua após publicidade

A proposta, que foi feita para agradar aos eleitores bolsonaristas e ao entorno do presidente Jair Bolsonaro (PL), tornou-se um potencial foco de desgaste para o próximo governo diante do aumento de novos casos e internações registrados em novembro. No período, Tarcísio defendeu a liberdade das pessoas de tomar decisão de receber ou não o imunizante.

Segundo integrantes da equipe de transição, o foco das discussões no momento, além de avaliar a atual estrutura do Estado, é encontrar formas de ampliar a telemedicina e assegurar o sistema vacinal completo da covid-19 e de outras doenças, em especial para as pessoas com comorbidades.

continua após publicidade

A equipe também discute como diminuir a fila de cirurgias eletivas, reaproveitar leitos inativos e ampliar o número de especialidades atendidas na rede estadual. A desobrigação da vacina, no entanto, ainda não foi completamente descartada pela equipe.

Pela primeira vez desde de julho deste ano, o Estado voltou a registrar mais de 300 internações por dia de casos suspeitos e confirmados de covid-19 - média mais alta dos últimos 4 meses. Como mostrou o Estadão, uma em cada cinco cidades brasileiras relata falta de doses para vacinar crianças de 3 a 11 anos.

Os números acenderam o sinal de alerta e tanto o governo do Estado quanto a prefeitura da capital voltaram a exigir o uso de máscaras no transporte público. Várias cidades do interior também seguiram esse caminho. Segundo boletim mais recente do Infogripe, divulgado na última terça-feira, dia 29, São Paulo é uma das 20 unidades do País que apresenta tendência de alta de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave.

continua após publicidade

Pressão

Dentro do atual cenário, há uma pressão da comunidade médica contra o fim da obrigatoriedade vacinal. Em entrevista coletiva realizada em meados de novembro, Tarcísio indicou a ampliação da distribuição do imunizante no Estado e elogiou a adesão de São Paulo à vacina.

"A epidemia se transformou, vamos ter que se preparar para isso. Brigar pela oferta de vacinas, (...), incentivar a população a se vacinar, buscar fazer com que as pessoas que não completaram o sistema vacinal possam fazer isso", afirmou o governador eleito, prometendo ouvir áreas técnicas para tomar decisões na área.

continua após publicidade

As primeiras escolhas de Tarcísio para a composição da pasta também indicaram este caminho. O médico e futuro secretário de Saúde, Eleuses Paiva, foi defensor da ampliação do acesso à vacina anticovid ao longo da pandemia para controlar a disseminação do vírus, além de ser crítico à falta de diálogo do governo federal com Estados e municípios durante os surtos da doença.

Anúncio

O anúncio do médico infectologista Esper Kallás à presidência do Instituto Butantan também afastou a pauta antivacina no Estado. Professor titular do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina, da Universidade de São Paulo (USP), e membro do comitê de enfrentamento à covid-19 da universidade, o médico foi ferrenho defensor da vacinação e do uso de máscaras.

"É fundamental manter a obrigatoriedade do uso da vacina no serviço público. A vacina é um bem pessoal, social e uma obrigação do Estado. Além de ajudar a si, previne a doença na população", disse ao Estadão o médico infectologista David Uip. Ex-coordenador do Centro de Continência do Coronavírus durante a primeira fase da pandemia de covid-19, Uip atualmente é o secretario de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde do Estado de São Paulo. Ele ressalta ainda que há um aumento preocupante de casos de covid entre profissionais de Saúde.

Procurada, a assessoria de imprensa de Tarcísio informou que a atuação do novo governo sobre a vacinação se dará a partir da conscientização e da garantia da disponibilização das doses de reforço. "Ao Estado, cabe preservar a liberdade de escolha do cidadão e atuar ativamente na conscientização, tanto dos servidores públicos como de toda a sociedade. O Estado atuará fortemente na ampliação da cobertura vacinal através de uma comunicação efetiva sobre a importância e a segurança das vacinas, e seguirá garantindo as doses necessárias para todos", escreveu.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Cotidiano

    Deixe seu comentário sobre: "Em SP, Tarcísio adia promessa de acabar com vacina obrigatória no serviço público"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!