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Em Manaus, pacientes com sequelas da covid-19 lotam UTI de hospital

Referência no tratamento contra a covid-19 em Manaus, o Hospital Delphina Aziz tinha 96% de ocupação dos leitos de UTI na segunda-feira (26). Das 90 vagas, aproximadamente 60% estão ocupadas por pacientes que não têm mais a doença, mas continuam em recupe

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 29.10.2020, 12:00:00 Editado em 29.10.2020, 12:07:28
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Referência no tratamento contra a covid-19 em Manaus, o Hospital Delphina Aziz tinha 96% de ocupação dos leitos de UTI na segunda-feira (26). Das 90 vagas, aproximadamente 60% estão ocupadas por pacientes que não têm mais a doença, mas continuam em recuperação das sequelas deixadas pela doença, como dificuldades de respirar e problemas renais. No Amazonas, houve restrição à circulação de acompanhantes e visitantes em hospitais e unidades de saúde para evitar o avanço da transmissão.

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"É um paciente que teve seu quadro de diabete agravado, é um paciente que teve a questão renal comprometida... Tem paciente que está há mais de quatro meses lá no Hospital Delphina Aziz, e precisa de um leito de UTI", disse o governador Wilson Lima (PSC) esta semana. O Amazonas foi um dos Estados mais atingidos pela pandemia, com quase 4.480 mortes.

Conforme a Secretaria da Saúde, a reabilitação é feita com acompanhamento de equipe multidisciplinar, de Enfermagem, Fonoaudiologia, Nutrição e Psicologia. O fluxo de acesso ao ambulatório ocorre com entradas de pacientes que estavam internados no próprio hospital e vindos de outras unidades. Nos hospitais de referência para a covid do Estado, visitas foram suspensas. O mesmo vale para unidades em que não há separação do fluxo para outros doentes e acompanhantes.

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O coordenador de fisioterapia do Delphina Aziz, Érick Paiva, explica que o perfil que precisa desse atendimento é um paciente que ficou enfraquecido, em decorrência da doença e do longo período de internação. A faixa etária mais comum é entre 45 e 60 anos. "São pacientes que, por causa da covid-19, tiveram internação prolongada, e em decorrência disso tiveram um declínio funcional muito grande, perderam capacidade de independência. Então, nossa proposta é reabilitá-los em cima dessas funcionalidades."

Ele explica, ainda, que a maioria dos pacientes até consegue se manter respirando normalmente, em repouso. Quando é exigida demanda metabólica um pouco maior, como caminhar, escovar o dente em pé e tomar banho, os pacientes começam a apresentar desconforto, cansaço, tendo de interromper a atividade para recuperar o fôlego - e é em cima desses pontos que o profissional atua.

Aos 69 anos, a funcionária pública afastada Terezinha Roberta Matias lida diariamente com o tratamento de uma fibrose pulmonar. O filho Celio Matias, de 36, preferiu evitar a internação hospitalar da mãe e optou pelo tratamento em casa. "Pagamos um aparelho chamado concentrador de oxigênio para ela. Tem dias que dá crise de falta de ar. Às vezes, o paladar ainda tem falhas, mas também tem dias que ela está bem", disse ele.

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Para o infectologista Bernardino Albuquerque, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o aumento de casos de sequelas da covid - cardíacas, pulmonares e renais, entre outras - é motivo de alerta. É importante, defende o médico, uma estratégia de "criar locais onde se possa acompanhar esses pacientes, não somente de forma hospitalar, mas ambulatorial, para que se tenha um êxito maior".

Internações

Conforme o governo, na terça-feira, 77% dos leitos de UTI e 70% dos leitos clínicos estavam ocupados. O Estado evita considerar uma segunda onda de infecções no Amazonas, como na Europa, mas prorrogou o fechamento de bares e balneários por mais 30 dias.

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Henrique Pereira, especialista da Ufam, diz que houve uma "explosão" de internações em Manaus nas duas últimas semanas. "O número de internações diárias em Manaus, em outubro, apresenta valores duas a três vezes maiores do que em julho, agosto e setembro." Segundo ele, média móvel de sete dias ficava próxima a 15, até o mês passado, mas agora está em torno de 30. Ele diz que não houve aumento na mesma proporção de óbitos, mas isso é esperado em duas semanas.

Para Albuquerque, apesar da alta, não é segunda onda. Mas, diante da flexibilização do isolamento, ele sugere cautela. "Temos de nos preparar para que o segundo momento não aconteça como o primeiro." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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