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Contrabando de fósseis

Em carta, cientistas pressionam Alemanha a devolver fóssil ao Brasil

Dinossauro que viveu no Nordeste do Brasil foi comprado por museu alemão de um comerciante em 1991

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 28.07.2023, 17:06:27 Editado em 28.07.2023, 17:06:07
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Em carta publicada nesta sexta-feira (28), pesquisadores brasileiros e europeus pressionam que a Alemanha devolva ao Brasil o fóssil do dinossauro Irritator Challengeri.

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O fóssil foi comprado pelo Museu Estadual de História Natural de Stuttgart de um comerciante de fósseis em 1991. No entanto, desde 1942 todos os fósseis encontrados em território brasileiro são de propriedade da União, não podendo ser comercializados.

O Governo brasileiro até permite que fosseis sejam exportados para fins científicos. No entanto, para isso é necessária a autorização governamental. Além disso a exportação não pode ser permanente, e é necessário que cientistas brasileiros estejam envolvidos nas pesquisas. Esses critérios não foram demonstrados pelos pesquisadores no caso do Irritator, o que tem causado revolta na comunidade científica.

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LEIA MAIS - Fóssil do dinossauro Ubirajara jubatus volta ao Brasil no domingo após ser contrabandeado

O fóssil do Irritator possui grande importância e apresenta grande valor do ponto de vista científico. Primeiro, porque é considerado o crânio mais completo e preservado dos dinossauros do tipo, além de ser classificado com um holótipo, nome dado a uma peça que serve como base para descrição de uma espécie.

“Este é o único espécime conhecido e bem preservado desta espécie e, assim, possui valor acadêmico, educacional e museográfico. Em maio de 2023, uma publicação científica que estudou o fóssil recebeu considerável retaliação principalmente no que se refere à procedência ética e legal do fóssil. Isto acontece tendo como plano de fundo uma tendência geral na Paleontologia e disciplinas aliadas de uma maior sensibilidade a estas preocupações”, afirmaram os pesquisadores na carta divulgada nesta sexta-feira.

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Ele inclusive, foi tema de um artigo científico publicado em maio deste ano por cientistas alemães e franceses. No artigo, os pesquisadores descobriram que o animal era um caçador mais rápido e mais versátil do que se imaginava. Ainda no artigo, os próprios pesquisadores chegaram a reconhecer que o fóssil possuía um “status possivelmente problemático”

Os dados apontam que muito provavelmente o Irritator foi encontrado na Bacia do Araripe, que se estende pelos territórios do Ceará, Piauí e Pernambuco. Por conta de ser um dos pontos mais ricos do mundo com relação a essas peças, tem sido um local muito frequentemente afetado pelo contrabando de fósseis.

O problema do contrabando dos fósseis

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O contrabando de fósseis é um problema que coloca em debate a ética na ciência, e se trata de uma questão a nível mundial. Antes do Irritator, outras peças que vale centenas de milhares de dólares foram contrabandeadas do Brasil. O caso mais famoso é do Ubirajara Jubatus, que foi levado para a Alemanha em 1995 e está no Museu Estadual de História Natural de Karlsruhe.

No ano passado, dois anos após o Ministério Público Federal instaurar um inquérito para investigar o caso, as autoridades aceitaram devolvê-lo ao Brasil. No entanto ainda não se tem data para que a entrega seja feita.

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