Um prédio desabou na manhã desta sexta-feira, 7, no bairro do Janga, em Paulista, região metropolitana do Recife, Pernambuco. Até as 20 horas de ontem, a Defesa Civil relatava que cinco pessoas morreram e oito estavam desaparecidas, entre elas seis crianças. Os mortos foram um homem de 45 anos, uma mulher de 43, dois jovens de 21 e 18 anos e uma adolescente de 12 anos. Equipes de resgate conseguiram tirar quatro pessoas do local com vida.
Oito viaturas do Corpo de Bombeiros foram enviadas para o resgate no início da manhã. Segundo a Defesa Civil do Pernambuco, o primeiro pedido de socorro foi feito às 6h35, logo após o desabamento do prédio, que fica na Rua Dr. Luiz Inácio de Andrade Lima.
Operação de resgate
O coronel Robson Roberto, do Corpo de Bombeiros, afirmou que cerca de 90 pessoas estavam ontem envolvidas na operação de resgate, sendo 50 bombeiros e 40 voluntários da Defesa Civil e moradores do entorno. "Temos duas frentes de trabalho e algumas vítimas responsivas. Ou seja, a partir do estímulo que o bombeiro coloca, a vítima está respondendo. Os cães indicaram onde estão outras possíveis vítimas", detalhou o comandante.
A edificação - que já havia sido condenada pela Defesa Civil - era composta por dois blocos. Um desabou totalmente e outro parcialmente. No Twitter, moradores da região postaram um vídeo do momento em que o prédio caiu.
Entre os resgatados com vida havia uma mulher de 65 anos, uma adolescente de 15 anos e um jovem de 18 anos, que foram levados a hospitais. Quatro pessoas que moravam no prédio foram localizadas com vida fora do local.
A previsão é de chuva no litoral pernambucano ao longo do fim de semana, o que pode dificultar o resgate de vítimas. A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), se pronunciou ontem nas redes sociais, afirmando que o governo do Estado prestará todo o apoio necessário aos moradores do prédio que desabou.
Problemas na estrutura
Pelo menos a metade das famílias que ocupavam o prédio que desabou, ontem, no município de Paulista, não era proprietária dos apartamentos. O prédio havia sido interditado pela primeira vez em 2010 por apresentar problemas estruturais. Em 2012, porém, a maior parte dos apartamentos voltou a ser ocupada. Em 2018, houve uma nova interdição, mas mais uma vez as pessoas retornaram ao imóvel por não ter onde morar.
Foi o que aconteceu com a pensionista Leidjane Costa, de 62 anos, que conseguiu escapar do desabamento após seu filho chegar ao local gritando para ela descer. Ela mora na parte da edificação que colapsou parcialmente, há 17 anos. "Faz muito tempo que eu queria ter saído daqui, mas não tinha condições. Em 2010 saí, mas acabei voltando cerca de um ano depois. Em 2018, quando interditaram de novo, passei uns dias fora, mas voltei novamente. Esse é meu único bem e não recebi nada de indenização da seguradora, por isso como é que poderia sair? Para onde?", indagou. "Estou muito triste por causa dos meus vizinhos que morreram e dos que a gente nem sabe se vão sair com vida."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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