O enterro das quatro crianças assassinadas em atentado* em Blumenau, Santa Catarina, ocorre nesta quinta-feira, 6, em horários que vão das 10 horas até as 14 horas. Três vítimas são veladas em cemitério no centro da cidade, enquanto uma quarta será sepultada na região de Salto Norte. Só no primeiro local, a estimativa é de que mais 2 mil pessoas compareçam para prestar homenagens. No velório, o clima era de desolação.
Na manhã da quarta-feira, 5, um homem de 25 anos invadiu a creche Cantinho do Bom Pastor, no bairro Velha, e matou as quatro crianças utilizando uma machadinha.
Os três meninos e uma menina tinham entre 4 e 7 anos.
Além das vítimas fatais, outros cinco alunos ficaram feridos. O assassino se entregou à polícia minutos depois.
Quem são as vítimas:
Bernardo Cunha Machado, de 5 anos
Bernardo Pabest da Cunha, 4 anos
Larissa Maia Toldo, 7 anos
Enzo Marchesin, de 4 anos
A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo acompanhou o começo do velório de três crianças no centro da cidade.
Os corpos das vítimas chegaram ao local por volta de 22h30. A previsão é que Bernardo Cunha Machado, de 5 anos, seja enterrado às 10 horas, Bernardo Pabest da Cunha, de 4, às 10h30, e Larissa Maia Toldo, de 7, às 11h30.
Dezenas de moradores da cidade foram até lá para acompanhar o início do velório na noite desta quarta. "Em 39 anos gerindo esse cemitério, é a maior concentração de pessoas que a gente já viu por aqui", disse Guilherme Otto, diretor do cemitério.
A comoção foi tamanha que, pouco antes das 23 horas, todas as cerca de 250 vagas do estacionamento estavam preenchidas.
Os visitantes tiveram de começar a parar os carros em ruas no entorno, em operação coordenada por equipes da prefeitura de Blumenau.
Cerca de 2 mil a 3 mil pessoas devem comparecer no cemitério para acompanhar os três velórios, segundo estimativa da gestão do local.
"Para se ter um parâmetro, em Dia de Finados, costumamos receber 4 mil pessoas", disse Guilherme. "Foi um crime que abalou toda a cidade."
O corpo de Enzo Marchesin Barbosa, de 4 anos, será enterrado às 14 horas em cemitério na região norte. O velório do menino também começou na noite desta quarta.
Moradores fazem vigília na porta da creche
Mais cedo, por volta de 20 horas desta quarta, dezenas de moradores de Blumenau se reuniram em frente à creche onde o atentado ocorreu para prestar homenagem às vítimas. Velas foram acesas ao lado da porta de entrada.
"Eu tinha que vir prestar solidariedade, é trágico algo como isso acontecendo em uma cidade tão tranquila", afirmou o advogado Iago Mendes, de 28 anos, que mora quase em frente à creche.
Muitos se mostravam incrédulos com o ocorrido. "É uma perda para toda a região. Ainda mais aqui, que é uma cidade tranquila, a gente não esperava isso nunca", disse o corretor de imóveis Victor Hugo Demétrio, de 19 anos.
NOTA DA REDAÇÃO: O Estadão decidiu não publicar foto, vídeo, nome ou outras informações sobre o autor do ataque, embora ele seja maior de idade. Essa decisão segue recomendações de estudiosos em comunicação e violência. Pesquisas mostram que essa exposição pode levar a um efeito de contágio, de valorização e de estímulo do ato de violência em indivíduos e comunidades de ódio, o que resulta em novos casos. A visibilidade dos agressores é considerada como um "troféu" dentro dessas redes. Pelo mesmo motivo, também não foram divulgados vídeos do ataque em uma escola estadual na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, no último dia 27 de março.
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