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Covid-19 reativa vírus ancestral e leva a caso mais grave da doença

O Sars-CoV-2 é capaz de reativar um vírus ancestral presente há 5 milhões de anos na linhagem evolutiva dos seres humanos, porém, na maioria das vezes, adormecido. Foi o que revelou um novo estudo da Fiocruz divulgado na sexta-feira. A multiplicação do re

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 25.05.2021, 08:01:00 Editado em 25.05.2021, 08:08:15
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O Sars-CoV-2 é capaz de reativar um vírus ancestral presente há 5 milhões de anos na linhagem evolutiva dos seres humanos, porém, na maioria das vezes, adormecido. Foi o que revelou um novo estudo da Fiocruz divulgado na sexta-feira. A multiplicação do retrovírus primitivo (HERV-K) está associada não só aos casos mais graves de covid-19, mas também à mortalidade precoce pela doença, diz o trabalho. A descoberta abre caminhos para novos tratamentos dos doentes atingidos mais gravemente pela infecção pelo novo coronavírus.

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"Verificamos o viroma de uma população com altíssima gravidade, em que a taxa de mortalidade chega a 80%, para ver se algum outro vírus estava coinfectando esse paciente que está debilitado, imunossuprimido", afirmou o coordenador do estudo, o virologista Thiago Moreno, do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz). "Nossa surpresa foi encontrar esses altos níveis de retrovírus endógeno K", acrescentou.

A progressão de casos brandos de covid-19 para graves é associada à hipóxia (baixa concentração de oxigênio nos tecidos), inflamação descontrolada e coagulopatia. No entanto, os mecanismos envolvidos com esses processos ainda não são bem conhecidos.

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Os pesquisadores envolvidos no estudo decidiram então investigar quais eram os vírus presentes na traqueia dos doentes graves, em ventilação mecânica, além do Sars-CoV2. Queriam entender se outros patógenos poderiam influir no desfecho dos casos.

De março a dezembro do ano passado, os cientistas que fazem parte do trabalho acompanharam 25 pacientes graves de covid-19. Esses internados tinham em média 57 anos e estavam em ventilação mecânica. Os testes mostraram a presença do retrovírus endógeno humano da família K (HERV-K) em comparação a exames de pacientes com casos leves de covid ou não infectados pelo novo coronavírus.

O HERV-K é um vírus ancestral que infectou o genoma quando humanos e chimpanzés estavam se dissociando na escala evolutiva. Alguns desses elementos genéticos estão presentes em nossos cromossomos. Em geral, ficam silenciosos durante a maior parte da vida. A expressão de alguns genes dessa família já foi relacionada a alguns tipos de câncer e à esclerose múltipla.

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Desta vez, os cientistas comprovaram que, de alguma forma, o Sars-CoV2 foi capaz de reativar esse retrovírus. Entre os pacientes graves de covid que apresentaram altos níveis de HERV-K o índice de mortalidade chega a 50%.

Os cientistas estabeleceram, então, uma relação direta, infectando em laboratório células humanas saudáveis como o Sars-CoV2. Constaram um aumento nos níveis de HERV-K.

"A gente estabeleceu, de fato, que o Sars-CoV é o gatilho para o aumento desses retrovírus endógenos, para despertar os vírus silenciosos", disse Thiago Moreno.

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A hipótese a ser estudada agora é se o combate a esses vírus ancestrais pode ajudar os pacientes graves de covid-19 a se recuperar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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