Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados levará ao Plenário nos próximos dias, a pauta de votação do Projeto de Lei que prevê a privatização dos Correios. O projeto busca acabar com o monopólio da estatal e promete abrir caminho para empresas da iniciativa privada que desejam explorar a área dos serviços postais.
De acordo com nota divulgada pelo Ministério da Comunicação, estudos ainda serão realizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para determinar “melhor o modelo de desestatização, que pode ser, por exemplo, a venda direta, a venda do controle majoritário ou de apenas parte da empresa”.
Já em entrevista ao jornal O Globo, Diogo Mac Cord, secretário especial de Desestatização do ministério da Economia, deu indicações de como será o modelo de privatização, com o governo querendo se desfazer de 100% do capital da agência postal brasileira.
Assim, diferentemente do modelo adotado na desestatização da BR Distribuidora (BRDT3) e da Eletrobras (ELET3;ELET6), a venda dos Correios deve ser realizada por meio de um leilão tradicional, em que o comprador levará todos os ativos e passivos da estatal.
A Levante Ideias de Investimentos destaca que, ainda que tenha sido incluída em pauta – e de última hora -, a proposta ainda não tem parecer divulgado pelo seu relator, o deputado Gil Cutrim (Republicanos-MA), e sua aprovação na Câmara nesta próxima quinzena ainda depende de consenso entre líderes partidários.
A aprovação da proposta nos próximos meses é fundamental para que o governo consiga cumprir o cronograma de venda da empresa – cujo leilão está previsto para março do ano que vem, juntamente à Eletrobras, destaca a Levante.
Ainda não há valor previsto para a privatização, tendo em vista que ainda serão necessários estudos sobre as contas da estatal e liberação de edital. Contudo, vale ressaltar que um estudo preliminar do BNDES calcula que a empresa tem passivo de cerca de R$ 13 bilhões e ativo (circulante e não circulante) estimado em R$ 14 bilhões, com base nos números dos Correios para 2020.
Conforme apontam os analistas, apesar do gesto para a privatização, ainda há um caminho político a ser percorrido no caso dos Correios. “Para que seja possível uma aprovação tranquila – em que pese o fato de a Câmara ser, em tese, favorável à privatização, com base na votação sobre a Eletrobras – o parecer precisa ser entregue em breve para que deputados possam discutir e efetuar, como sempre, algumas alterações ao texto”, destacam.
Ainda assim, mesmo que seja aprovada a privatização na Câmara, nos próximos quinze dias, o grande desafio da pauta está no Senado Federal, que tem se mostrado mais resiliente no que diz respeito às pautas econômicas do governo.
Caso a privatização passe, o Bradesco BBI lembra as últimas declarações de executivos da Simpar (SIMH3) e da sua subsidiária JSL (JSLG3) de que podem ter interesse em analisar a privatização dos Correios. No ano passado, outras companhias também estavam no radar para uma eventual compra
Com informações: Infomoney
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