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Coração de doador não foi enviado a paciente de SP devido a bloqueios

O coração de um jovem goiano, de 21 anos, seria levado a um paciente de São Paulo, mas, devido aos bloqueios nas rodovias, isso não foi possível

Da Redação

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O órgão não chegou a ser captado, segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás
Icone Camera Foto por Reprodução/TV Anhanguera
O órgão não chegou a ser captado, segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás
Escrito por Da Redação
Publicado em 04.11.2022, 10:04:11 Editado em 04.11.2022, 10:23:14
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Um paciente de São Paulo não pôde ser submetido a um transplante de coração por conta dos bloqueios feitos em rodovias pelos apoiadores do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). O órgão, que era de um jovem goiano, de 21 anos, que morreu por conta de um traumatismo crânio-encefálico, seria enviado do Hospital de Urgências de Goiânia ao estado paulista, mas isso não pôde ser efetivado por conta das interdições. As informações são da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo.

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A Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Goiás informou que o coração não chegou a ser captado, ainda que estivesse apto para isso. A pasta completou que “não houve aceite do órgão por parte do estado paulista”.

Leia também: Motorista atropela bolsonarista em rodovia do interior de SP; veja

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Já a Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo (SES-SP) explicou que o transporte de coração exige rapidez e que o órgão deve chegar até o doador em um período de até quatro horas. “Equipes técnicas responsáveis consideraram que, devido a bloqueios, não seria possível realizar a operação de forma que o órgão chegasse com segurança ao paciente”, explicou.

A Saúde de Goiás ainda complementou que após São Paulo não conseguir realizar o aceite ao órgão, seguiu com a seleção de receptor para o Distrito Federal, onde não houve receptor compatível.

A Secretaria de Saúde de Goiás explica que o coração deveria ter sido captado na terça-feira (1), dia em que o jovem teve morte encefálica. No mesmo dia, foram captados os rins e córneas deste doador, que foram destinados a pacientes de Goiás, e o fígado, que foi encaminhado ao Distrito Federal. Ao todo, cinco pessoas foram beneficiadas com as doações.

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O médico Silvio explicou que o prazo para uma doação de órgão, especialmente quando se trata do coração, é fundamental. "A logística do transplante cardíaco exige cuidados especiais. O órgão, após retirado do doador, tem uma viabilidade de , no máximo, quatro, cinco horas, diferentes de outros órgãos", disse.

"Tem que ser uma logística de transporte rápido, se for mais longe, ou terrestre, se for mais perto", completou.

Interdições

Manifestações e bloqueios de rodovias se iniciaram no domingo (30) em quase todo o Brasil, após o segundo turno da eleição para a Presidência. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu mais de 60,3 milhões de votos (50,90%) e, por conta disso, venceu o atual presidente da República e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Os apoiadores do integrante do Partido Liberal ficaram inconformados com o resultado das urnas.

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Diversas rodovias foram bloqueadas parcialmente ou completamente pelos bolsonaristas. Através das manifestações, eles pediam intervenção militar e a realização de uma nova eleição.

O Supremo Tribunal Federal (STF) declarou ilegal a forma de protesto adotada pelos apoiadores de Bolsonaro, pois afetava o direito de ir e vir das pessoas. Devido a isso, a Justiça determinou o desbloqueio das vias e estabeleceu multa para quem continuasse a realizar as interdições. Inclusive, a força policial foi empregada para desmontar os bloqueios.

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Leia mais: Forças de segurança do Paraná liberam todas as rodovias do Estado

No Paraná, por exemplo, o trabalho integrado das forças de segurança do Paraná resultou na liberação das rodovias estaduais e federais que cortam o estado. No começo da noite desta quinta-feira (3), nenhuma estrada estava bloqueada total ou parcialmente.

A operação foi coordenada pelo Centro de Operações da Cidade da Polícia, onde está instalado o Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), em Curitiba.

"O trabalho foi feito de forma responsável, com uso proporcional e progressivo dos meios de coerção. Todos os bloqueios foram liberados sem necessidade do uso da força. A decisão judicial foi absolutamente cumprida no Paraná”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Wagner Mesquita.

A Polícia Militar do Paraná atuou em apoio ao efetivo da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ao todo, foram empregados mais de 4,5 mil policiais e 1,5 mil viaturas por todo o Estado.

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