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Consumo de produtos ultraprocessados causa 6 mortes por hora no país

Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que o Brasil gasta, por ano, pelo menos R$ 10,4 bilhões com as consequências do consumo de alimentos ultraprocessados para a saúde da população. São despesas diretas com tratamentos no Sistema Único de S

Layla Shasta (via Agência Estado)

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Escrito por Layla Shasta (via Agência Estado)
Publicado em 22.11.2024, 08:15:00 Editado em 22.11.2024, 08:21:31
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Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que o Brasil gasta, por ano, pelo menos R$ 10,4 bilhões com as consequências do consumo de alimentos ultraprocessados para a saúde da população. São despesas diretas com tratamentos no Sistema Único de Saúde (SUS), custos por aposentadoria precoce e licença médica. Só em 2019, segundo a pesquisa, foram cerca de 57 mil mortes prematuras pelo consumo de ultraprocessados, o equivalente a seis mortes por hora ou 156 por dia.

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Os dados são do estudo Estimação dos custos da mortalidade prematura por todas as causas atribuíveis ao consumo de produtos alimentícios ultraprocessados no Brasil, realizado pelo pesquisador Eduardo Nilson, da Fiocruz, a pedido da ACT Promoção da Saúde.

Custos diretos

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O estudo sobre ultraprocessados - tipo de produto que passa por um longo processo de fabricação e contém ingredientes que não encontramos na cozinha doméstica, como aditivos para substituir a cor, dar aroma e conferir determinada textura - considerou os gastos federais com as três doenças crônicas mais prevalentes e atribuíveis ao consumo excessivo desses produtos: obesidade, diabete tipo 2 e hipertensão arterial - segundo a pesquisa Vigitel do Ministério da Saúde, em 2023, 10,2% dos brasileiros adultos declararam ter diabete; 27,9%, hipertensão; e 24,3% relataram ter obesidade.

Segundo o relatório, do total de R$ 10,4 bilhões em custos, R$ 933,5 milhões correspondem a gastos federais com hospitais, ambulatórios e medicamentos para o tratamento de pessoas com essas condições. Há também um gasto de R$ 263 milhões por ano com previdência e devido à ausência de colaboradores durante o expediente de trabalho (por internações ou licenças médicas).

Apesar de os resultados serem alarmantes, os números podem ser ainda maiores. "Esses custos são subestimados, porque a gente não está considerando todas as fontes de gastos e estamos falando de três doenças mais prevalentes, mas sabemos que existem mais de 30 condições associadas a esse consumo", explica o pesquisador.

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Custos indiretos

Segundo o levantamento, a economia brasileira perde anualmente R$ 9,2 bilhões com a mortalidade prematura atribuível ao consumo de ultraprocessados. Esses custos ocorrem devido à saída de pessoas em idade produtiva do mercado de trabalho.

Desse total, R$ 6,6 bilhões correspondem aos custos da mortalidade prematura entre homens e R$ 2,6 bilhões entre mulheres. Vale destacar que esse valor reflete, em parte, a maior taxa de mortalidade entre os homens e o fato de eles se aposentarem mais tarde.

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A pesquisa da Fiocruz também revela os Estados brasileiros com maior proporção de mortes precoces relacionadas ao consumo de ultraprocessados. O Rio Grande do Sul lidera a lista, seguido por Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Amapá.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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