"É a mão de Deus", diz agente da Defesa Civil Paloma Magalhães, ao comentar o deslizamento do Morro da Forca, em Ouro Preto, Região Central do estado - desastre que varreu dois casarões históricos esta manhã (13/1), mas não deixou vítimas.
A mão dela, no entanto, também teve papel importante para evitar que o incidente se transformasse em tragédia. Chamada de heroína na cidade, a técnica conseguiu evacuar toda a Praça da Estação, onde o desabamento ocorreu, minutos antes do incidente.
"Não concordo que sou heróina. Mas, se as pessoas querem me chamar assim, preciso dividir o mérito com um motorista de ônibus que passou na praça, notou a movimentação do barranco bem no início e, ao me ver na rua, me acionou. Eu, então, fui direto ao local", recorda a jovem, que atua na Defesa Civil de Ouro Preto há cinco anos.
Ela conta que sua primeira providência foi interditar o trânsito próximo ao morro, para evitar o soterramento de motoristas e pedestres.
"Em seguida, eu chamei os comerciantes e pedi que eles me ajudassem a evacuar os imóveis num raio de 100 metros. Depois, liguei para o meu coordenador e contei o que estava acontecendo. Não demorou meia hora e o barranco veio abaixo", conta a agente.
O barbeiro Fábio Rodrigues foi um dos comerciantes acionados por Paloma. "Olha, se não fosse ela, teria gente e carro debaixo da terra. Somos gratos a ela e ao motorista do ônibus. Graças a eles, as perdas foram só materiais", diz o comerciante.
Aliviado, ele agradece também à atitude prudente que tomou há três anos e meio. "Meu negócio já foi bem ali do lado do morro. Há três anos e meio, um geólogo me avisou do risco que eu correria e eu confiei nele. E, então, me mudei para o outro lado da rua. Ainda bem", relata.
Isolamento por tempo indeterminado
Segundo a Defesa Civil, 35 imóveis situados na Praça da Estação na Rua Doutor Pacífico Homem foram evacuados, entre lojas e residências. O órgão não soube precisar quantas pessoas foram removidas.
O isolamento da área será mantido por tempo indeterminado até que os agentes façam a avaliação de risco das edificações.
Com informações: Correio Braziliense
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