Problemas de coluna são, sem dúvidas, um incômodo para muita gente. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde, 27 milhões de brasileiros têm alguma doença crônica na coluna vertebral. O número representa cerca de 18,5% da população adulta no país. Os tratamentos para essas doenças são vários, mas, em alguns casos, a indicação é de cirurgia. Para entender melhor esse assunto, conversamos com o neurocirurgião Dr. Mateus Tomaz.
O especialista explica que os problemas mais comuns da coluna vertebral são relacionados a alterações nos músculos, ligamentos, articulações e discos. “Qualquer lesão nessas estruturas pode gerar bastante dor”, explica. Ainda de acordo com ele, as lesões mais frequentes são as musculares, que normalmente podem ser tratadas com fisioterapia, alongamentos e fortalecimento da região do tronco.
No entanto, quando a lesão é nas articulações e nos discos, procedimentos cirúrgicos podem ser necessários. “Se você apresentar uma dor que dura mais do que seis semanas, procure um médico”, orienta Dr. Mateus. “Um neurocirurgião especialista poderá diagnosticar e tratar a sua doença com a maior rapidez, a fim de evitar problemas e sequelas mais graves”.
Os casos que realmente exigem cirurgia, de acordo com o médico, são aqueles onde há lesão neurológica objetiva, que causa sintomas como perda de força, perda de sensibilidade, dificuldade para caminhar ou até alterações urinárias. “Esses casos demandam um tratamento cirúrgico com a maior brevidade possível, para evitar sequelas definitivas”, alerta o médico.
A boa notícia é que, atualmente, muitos tratamentos podem ser feitos por meio de cirurgias minimamente invasivas. Dr. Mateus cita como exemplo a cirurgia endoscópica da coluna, em que incisões com menos de um centímetro podem ser usadas para retirar as hérnias de disco, descomprimir o canal vertebral e melhorar a situação de diversos pacientes. Outra opção é a infiltração com aspirado de medula óssea, que é um dos principais tratamentos da atualidade no campo da medicina regenerativa.
O neurocirurgião também explica que as novas tecnologias tornam as operações muito mais seguras, quebrando o estigma que as cirurgias de coluna tinham no passado. “As pessoas sempre tinham muito receio de operar, com medo de ficar em cadeira de rodas ou de ter lesões irreversíveis e graves. Hoje em dia, com pequenas incisões e aparelhos modernos, conseguimos tratar as doenças da coluna com uma segurança muito grande e um índice de lesões infinitamente menor”, diz ele.
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