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Ciência explica por qual motivo não esquecemos de algumas músicas; Veja

Na antiguidade, as culturas eram passadas de geração em geração por meio da tradição oral. E a tradição oral era dependente da memória. "Antes que as narrativas pudessem ser escritas, elas eram recitadas ou cantadas", diz David C. Rubin, professor de Psic

Da Redação

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Ciência explica por qual motivo não esquecemos de algumas músicas; Veja
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Escrito por Da Redação
Publicado em 25.12.2020, 10:00:00 Editado em 25.12.2020, 10:18:14
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Na antiguidade, as culturas eram passadas de geração em geração por meio da tradição oral. E a tradição oral era dependente da memória.

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"Antes que as narrativas pudessem ser escritas, elas eram recitadas ou cantadas", diz David C. Rubin, professor de Psicologia da Universidade Duke, no livro Memory in Oral Tradition (Memória em tradição oral, em tradução livre).

Por conta disto, textos como A Ilíada, a Odisséia e outros grandes épicos antigos foram transmitidos pela primeira vez em forma de versos. Foi aí onde a música surgiu.

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No momento, ainda não há respostas, mas a música é uma das únicas terapias utilizadas em pessoas com Alzheimer, por especialistas, para impedir o avanço da doença.

Mas por qual motivo a música fica em nossa memória?

"A música tem a capacidade dupla de criar e recuperar memórias dentro do cérebro humano", diz a psicóloga Lucía Amoruso, pesquisadora da Universidade de Buenos Aires na Argentina, que investiga aspectos do comportamento e da música.

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"Quando as pessoas sofrem de demência senil ou Alzheimer, em muitos casos a música é a única chave que lhes resta para desbloquear essas memórias."

Mesmo existindo várias teorias sobre como a música surgia, não há uma definitiva.

De todas as hipóteses, incluindo a que indica que se pretendia imitar o "canto" dos animais, existe uma que chama a atenção: a que sugere que foi a forma que as mães encontraram para acalmar seus filhos.

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"Em tempos pré-históricos, as mães tinham que se afastar de seus bebês em intervalos regulares para ter as mãos livres para outras atividades e usavam uma forma de falar como bebês, um 'tom maternal', para tranquilizá-los", explica Dean Falk, antropólogo da Universidade da Flórida no livro How Humans Achieved their Words (Como humanos conquistaram suas palavras, em tradução livre).

A forma como as mães falam com seus filhos, principalmente quando são bebês, abem os primeiros canais na memória.

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"Várias análises indicaram que o cérebro dos bebês tem a capacidade de responder à melodia muito antes que a comunicação possa ser estabelecida por meio de palavras", diz Amoruso.

"A música, de alguma forma, nos ajuda a criar nosso primeiro vínculo social, que é com nossos pais. E isso será replicado em nossos outros laços sociais no futuro e, claro, com a música."

E durante nosso crescimento, toda vez que ouvimos uma canção, um processo acontece em nosso cérebro: em vez de ativar uma área ou região, várias são ativadas.

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"A primeira coisa que ocorre no cérebro quando ouvimos música é que nosso centro de prazer é ativado e libera dopamina, que é basicamente um neurotransmissor que nos deixa felizes", explica Robert Zatorre, que é músico, psicólogo e fundador do Centro de Pesquisa do Cérebro, Música e Som, no Canadá.

Normalmente, as músicas que memorizamos ficam no lobo frontal, onde está localizada nossa "discoteca" mental.

"No entanto, embora pareça que a música simplesmente nos dá prazer e o guardamos na memória, a verdade é que muito mais coisas acontecem em nossas cabeças", diz Zatorre.

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O cérebro, logo no início, compara a melodia que está ouvida com aquela gravada em sua memória, o que nos permite reconhecer uma música, apenas por escutar suas primeiras notas.

"E outro processo que ocorre é que o cérebro deve separar a música do ruído externo. Esse processo também é bastante complexo, porque devemos iniciar vários processos cognitivos", explica Zatorre.

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Mas, e quando as músicas transmitem emoções, sentimentos, como isto acontece?

No Dia Mundial da Luta contra a Doença de Alzheimer, foram feitas algumas perguntas as pessoas sobre as canções que pensavam que nunca iriam esquecer.

Mesmo que muitas delas estivessem ligadas ao amor, a verdade é que a maioria era determinada por um momento que marca a vida como por exemplo o nascimento de um filho, uma viagem, a morte de um amigo.

Na ciência, essa correlação também é explicada pela conexão das melodias com a memória.

"Existem vários sistemas de memória: episódica, temporal, semântica, de curto prazo, de longo prazo", enumera Amoruso.

Assim como uma música pode fazer parte de um momento específico, como uma viagem inesquecível, o momento em que nos apaixonamos por alguém, uma conquista importante, o artista que interpreta a música ou a letra da música também desempenha um papel importante.

"Uma viagem, um momento, fazem parte da memória episódica, mas acontece que a música é interpretada por um artista que conhecemos bem, suas características, história... Aí também se ativa a memória semântica", afirma o especialista.

"Para ser armazenada em nosso cérebro, a música depende de todos esses sistemas de memória", acrescenta.

Com informações; UOL.

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