O Rio Grande do Sul confirmou neste sábado, 17, o aumento para sete no total de mortes relacionadas à passagem do ciclone extratropical pela costa do Estado. Equipes fazem buscas por ao menos oito desaparecidos. A prioridade neste momento é atender aos moradores ilhados na região metropolitana de Porto Alegre, especialmente no Vale dos Sinos, e no litoral norte.
Mais de 2,4 mil pessoas precisaram ser resgatadas pelo Corpo de Bombeiros de residências, unidades de saúde e outros espaços inundados, ilhados ou em risco. Segundo a corporação, foram atendidas mais de 1,5 mil ocorrências, com efetivo de 440 bombeiros voltados exclusivamente a esse tipo de operação.
De acordo com a Defesa Civil, mais de 2,3 mil desabrigados e 602 desalojados foram atendidos em ao menos 40 municípios. Além disso, foram registrados deslizamentos, enxurradas, inundações e quedas de pontes e outras ocorrências que dificultam o acesso a áreas atingidas. Algumas estruturas foram interditadas por risco de colapso.
Os óbitos confirmados ocorreram nos municípios de São Leopoldo (com duas vítimas), Gravataí e Novo Hamburgo, na Grande Porto Alegre, Maquiné e Caraá, no litoral norte, e Bom Princípio, no Vale do Caí. Seis desaparecidos são procurados em Caraá e outros dois em Maquiné.
Os três óbitos confirmados neste sábado são de um homem de 29 anos (em Gravataí), com suspeita de afogamento, um idoso de 73 anos (em Bom Princípio), que estava em um veículo que caiu no Rio Caí, e uma terceira vítima em Caraá, ainda não identificada.
Além disso, um barco pesqueiro naufragou no litoral de Santa Catarina na noite dessa sexta-feira, 16. As equipes da Marinha buscam ao menos oito desaparecidos.
A Defesa Civil do Estado emitiu alerta para risco de deslizamentos e inundações diante das cheias dos Rios Caí, Sinos, Gravataí e Guaíba. Moradores de diferentes cidades estão desabrigados, desalojados e ilhados. O funcionamento de serviços públicos, escolas e eventos também foi interrompido, suspenso ou afetado.
Mais de 120 mil residências seguiam sem fornecimento de energia elétrica até as 9 horas deste sábado, segundo a CEEE-Equatorial, responsável pelo serviço. Do total, 100 mil estão na Grande Porto Alegre e 20 mil no litoral norte.
Na noite de sexta-feira, o governo Eduardo Leite (PSDB), visitou Maquiné e disse que a prioridade é "encontrar os desaparecidos e salvar pessoas que possam ainda estar ilhadas por causa das inundações". "Paralelamente a isso, vamos avaliar os danos em pontes, estradas e moradias para que possamos atuar na recuperação destas estruturas", completou em postagem em rede social.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) telefonou na sexta-feira para o governador gaúcho. Uma comitiva com os ministros da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, chegou neste sábado ao Estado e irá visitar municípios atingidos no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, além de anunciar ações conjuntas. "Falamos com os governadores, com os prefeitos, as nossas equipes estão mobilizadas", declarou Góes em rede social.
Em Maquiné, centenas de famílias foram abrigadas no salão paroquial após as chuvas chegarem a 233 mm em 12 horas, com ventos de mais de 100 km/h. Segundo Leite, os dois desaparecidos no município são moradores de uma mesma residência, atingida por um deslizamento. "Estamos dando toda a assistência", disse, em anúncio na noite de sexta-feira.
O governador também comentou sobre um levantamento que será feito sobre as famílias vulneráveis atingidas e danos às plantações. Maquiné tem cerca de 6,7 mil habitantes.
O prefeito de Maquiné, João Marcos Bassani (PDT), afirmou que foi a maior enchente já registrada no município e que mais de 200 famílias foram afetadas. "Claro que havia os alertas, mas a dimensão não era esperada. E muitas famílias foram pegas de surpresas, pelo nível de água que subiu", declarou.
Na quinta-feira à noite, o prefeito fez um apelo para a população deixar as casas, o qual chamou a atenção nas redes sociais. "Estou pedindo, implorando: saiam", dizia.
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