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Chefões do PCC e CV exigiam armas letais de importador: 'Calibres poderosos para enfrentamento'

Em meio às investigações da Operação Dakovo, que visa desbaratar um complexo e multimilionário esquema de tráfico internacional de armas, a Polícia Federal interceptou negociações diretas entre investigados e os líderes das duas principais facções crimino

Pepita Ortega (via Agência Estado)

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Escrito por Pepita Ortega (via Agência Estado)
Publicado em 05.12.2023, 14:04:00 Editado em 05.12.2023, 20:07:02
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Em meio às investigações da Operação Dakovo, que visa desbaratar um complexo e multimilionário esquema de tráfico internacional de armas, a Polícia Federal interceptou negociações diretas entre investigados e os líderes das duas principais facções criminosas do País, o PCC e o Comando Vermelho. Segundo os investigadores, os chefões das facções encomendavam do grupo sob suspeita armas poderosas, de grosso calibre e letalidade, munidas de rajadas de tiros.

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"Tem um diálogo interessante que fala de arma de calibre. O fornecedor oferece calibre 380. O comprador brasileiro fala: Não, aqui no Brasil isso é pouco. Precisamos de calibres mais poderosos para o enfrentamento", relatou o delegado federal Flávio Márcio Albergaria Silva, superintendente regional da PF na Bahia - base da ofensiva aberta na manhã desta terça, 5.

Segundo a PF, as negociatas interceptadas na investigação se davam entre os líderes das facções e intermediários do esquema, baseados na fronteira do Brasil com o Paraguai.

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Os intermediários levavam as encomendas do PCC e do Comando Vermelho até o principal alvo da Operação Dakovo, o argentino Hernan Dirísio, dono da empresa que importou mais de 43 mil pistolas e fuzis de pelo menos quatro países da Europa - Turquia, Eslovênia, República Tcheca e Croácia.

Hernan Dirísio é alvo de um mandado de prisão preventiva com fins de extradição. Ele está foragido. Os agentes o procuram no Paraguai. Ele é suspeito de coordenar 30 operações de tráfico internacional de armas, além de participação em organização criminosa e lavagem de dinheiro.

De acordo com a PF, o dono da importadora de armas baseada em Assunção era responsável pela coordenação das operações de compra e venda de armas. O inquérito indica que ele fazia as tratativas ciente de que os armamentos estavam sendo destinados ao crime organizado, abastecendo as principais facções brasileiras, o PCC e o Comando Vermelho.

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Ao longo da investigação, iniciada há três anos, a PF identificou sete camadas da quadrilha, inclusive o nível central da organização. Foram mapeados vendedores, intermediários e doleiros envolvidos no grande tráfico de armamento pesado destinado ao PCC e ao Comando Vermelho, além dos responsáveis pela logística e pela parte financeira do esquema.

A Polícia Federal aponta dois eixos financeiros ligados à organização: um deles usado pelas facções criminosas para pagar armas ilegais sob encomenda e outro que envolvia o repasse de valores aos fabricantes, feito pela empresa importadora comandada por Hernan.

Os investigadores narram que a companhia baseada em Assunção usava um sistema de lavagem de dinheiro centralizado em Miami. O dinheiro era transferido para empresas de fachada nos Estados Unidos e depois uma outra companhia fictícia fazia os repasses para os fabricantes na Europa.

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A PF ressaltou que a empresa no centro do esquema de tráfico importa armas há mais de uma década. Inicialmente, seus fornecedores ficavam baseados nos EUA. No entanto, os fabricantes americanos suspenderam as vendas após identificarem que a empresa de Hernan desviava os armamentos para o crime organizado no Brasil.

Em razão do bloqueio, o argentino recorreu a fornecedores na Europa, a começar por fabricantes da Croácia. Os investigadores revelam que, após a quadrilha entrar na mira da PF, os fornecedores croatas também suspenderam as vendas.

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