De acordo Sanjay Gupta, correspondente médico da CNN internacional, o problema em oferecer essas bebidas às crianças não está na saúde imediata, mas sim que elas podem enxergar como se fosse uma “porta de entrada” pra o uso do álcool.
“Parte do apelo é que as bebidas têm o mesmo gosto, a mesma aparência e o mesmo cheiro que as bebidas alcoólicas. É uma experiência similar. Mas, como resultado, também pode dar às crianças a chance de ‘praticar beber'”, explicou o médico. “Isto poderia criar uma cultura de beber em uma idade muito nova”.
A utilização de álcool entre adolescentes está intimamente ligada a uma série de consequências negativas, como mortes violentas, queda no desempenho escolar, dificuldades de aprendizado e comprometimento no desenvolvimento das habilidades cogitavas e emocionais dos jovens. O consumo de álcool provoca alterações neuroquímicas que afetam a memória, a capacidade de aprendizado e o controle de impulsos.
No Brasil, pesquisas apontam que 26,8% dos jovens com idades entre 15 e 19 anos relataram consumo de álcool no último ano
A produção de versões livres de álcool de bebidas que normalmente contêm álcool não é direcionada a crianças, nem é aconselhada pelas empresas fabricantes para este público. Esse movimento tem se fortalecido entre os consumidores adultos que buscam um estilo de vida mais saudável, optando por evitar bebidas alcoólicas. Também é uma alternativa para aqueles que, por motivos pessoais, decidiram parar de consumir álcool, mas ainda desejam desfrutar do sabor das cervejas, minimizando a falta que sentem do gosto.
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As bebidas sem álcool vem conquistando espaço na mesa dos brasileiros e do mundo inteiro. Atualmente, o segmento movimenta mais de US$ 10 bilhões, segundo dados da Worldwide Beer Alliance.
Pesquisas realizadas no Japão, onde legalmente é possível beber álcool somente após os 20 anos – mostrou que entre 20% e 30% dos estudantes do ensino fundamental, médio e superior consomem bebidas não alcoólicas. Estes jovens também demonstraram maior interesse em beber álcool do que os outros.
Sanjay Gupta destacou que que bebidas não alcoólicas podem conter uma quantidade pequena de álcool: “Então, se você está tentando ficar em abstinência absoluta, é bom ler os rótulos”.
No Brasil, a lei destaca que somente produtos com índice de 0,5% de álcool podem ser catalogados como não alcoólicos. Essa quantidade, é similar a de alimentos feitos através da fermentação, como pães, molho de soja entre outros.
“Esse movimento é uma coisa boa do ponto de vista da saúde, já que cada vez mais pessoas querem evitar beber álcool. Mas é importante ter todas as informações para fazer isso do melhor jeito possível”, acrescentou Gupta.
Com informações CNN
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