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Caso Bernardo: pai do garoto morto aos 11 anos tem novo julgamento no RS

Começou na manhã desta segunda-feira, 20, o novo julgamento do médico Leandro Boldrini, pai do menino Bernardo Boldrini, assassinado em 2014 quando tinha 11 anos. Boldrini foi condenado em 2019 pela morte do filho junto com Graciele Ugulini, sua esposa na

Eduardo Amaral, especial para o Estadão (via Agência Estado)

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Escrito por Eduardo Amaral, especial para o Estadão (via Agência Estado)
Publicado em 20.03.2023, 16:17:00 Editado em 20.03.2023, 16:22:39
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Começou na manhã desta segunda-feira, 20, o novo julgamento do médico Leandro Boldrini, pai do menino Bernardo Boldrini, assassinado em 2014 quando tinha 11 anos. Boldrini foi condenado em 2019 pela morte do filho junto com Graciele Ugulini, sua esposa na época do crime, mas a defesa conseguiu a anulação do júri em 2021. O novo julgamento, transmitido pelo Tribunal de Justiça, acontece na cidade de Três Passos, no noroeste do Rio Grande do Sul, mesmo local onde o crime foi cometido.

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Boldrini é acusado pelo Ministério Público do Estado (MP/RS) dos crimes de homicídio quadruplamente qualificado (motivo torpe, motivo fútil, emprego de veneno e dissimulação), ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Pela manhã, foi realizado o sorteio do júri, presidido pela juíza Sucilene Engler Audino, que tem seis homens e uma mulher.

No início do julgamento, foram divulgados áudios e vídeos a pedido da acusação. Depois de ser suspenso para o horário de almoço, a sessão foi retomada por volta das 14h com o depoimento da delegada Caroline Bamberg Machado, que comandou as investigações na época.

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Relembre o caso

Bernardo Boldrini morava em Três Passos e desapareceu no dia 4 de abril, quando tinha 11 anos. Após 10 dias de buscas, seu corpo foi encontrado enterrado em uma cova dentro de uma propriedade às margens de um riacho na cidade vizinha de Frederico Westphalen. Já no dia em que o corpo de Bernardo foi encontrado, Leandro e Graciele foram presos, ele apontado como autor intelectual e ela, como executora do crime.

Além de Leandro e Graciele, também participaram do crime Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele, e Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia. Ela ajudou diretamente Graciele a cometer o crime enquanto ele foi o responsável por preparar a cova onde o menino foi enterrado, segundo as investigações.

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Todos eles foram condenados no júri realizado em março de 2019. Graciele recebeu a pena de 34 anos e 7 meses de prisão por homicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver. Boldrini foi condenado a 33 anos e 8 meses em regime fechado por homicídio doloso quadruplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica.

Já Edelvânia recebeu a pena de 22 anos e 10 meses de prisão por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver, e Evandro recebeu a pena mais leve, sendo condenado a nove anos e em regime semiaberto aberto por homicídio simples e ocultação de cadáver.

Anulação

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Leandro Boldrini conseguiu a anulação do seu julgamento em decisão do 1º Grupo Criminal do TJ/RS, proferida no dia 10 de dezembro de 2021. Na ocasião, quatro desembargadores votaram favoráveis e três contrários à anulação do júri de Leandro, acolhendo a tese da defesa sobre a conduta do promotor durante o interrogatório.

Relator do caso, o desembargador Honório Gonçalves da Silva Neto, entendeu que a conduta da acusação extrapolou a formulação de perguntas ao questionar Leandro. "Se valeu da oportunidade da realização de questionamentos, contestando declarações anteriores prestadas pelo réu, fazendo alusão a dados informativos que, no seu entender, as contrariavam, afirmando que esse não falava a verdade", disse o desembargador em seu voto.

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