O carnaval começou cedo para os foliões de São Paulo nesta segunda-feira, 12. A partir das 8h, cerca de 40 mil pessoas já se reuniam na região da Santa Cecília para prestigiar o tradicional bloco Espetacular Charanga do França.
O evento, idealizado pelo músico Thiago França, consagrou-se em 2015 por seu formato "raiz", com uma banda de músicos no chão, sem trio elétrico. Para o músico, o diferencial do bloco é justamente seu formato.
O bloco Charanga do França, que sai pelas ruas do bairro Santa Cecília, é marcado pela integração entre os músicos e a multidão.
O bloco Charanga do França, que sai pelas ruas do bairro Santa Cecília, é marcado pela integração entre os músicos e a multidão. Foto: Taba Benedicto/Estadão
"É um dos poucos em São Paulo composto por sopro e percussão e que sai no chão, sem nenhum tipo de microfonação", disse. A proximidade entre a banda e a multidão na experiência carnavalesca foi o que agitou o centro de SP neste sábado.
O bloco vai arrastar a multidão pelas ruas Barão de Tatuí, Jaguaribe e seguirá até o Largo da Santa Cecília. Isabella Moreira, de 24 anos, faz parte do público fiel do Charanga.
A jornalista frequenta o bloco de Thiago França há três anos. "Cada ano foi ficando mais cheio e conhecido. Eu prefiro esses blocos mais tradicionais do que a loucura desses megablocos, porque, além de me sentir mais segura e integrada a essa energia do carnaval, consigo sempre ficar perto da banda", comenta.
Priscila Mosca, de 43 anos, veio de Berlim conhecer o bloco. A pedagoga toca na banda Urso ki ti schubsen e morou em São Paulo por dez anos.
"Lá (em Berlim), a gente toca em um carnaval, que é bem menor. Alguns amigos meus vão tocar aqui e quis conhecer. Eu acompanho a banda nas redes há tempos e acredito que o Charanga faz parte de um movimento de ressignificação do carnaval de São Paulo, misturando a música com esse ambiente quase familiar", diz Priscila.
De fato, Thiago reitera que o intuito do desfile é promover "uma grande ferramenta de transformação social".
"O Carnaval escancara como São Paulo não é uma cidade projetada para pessoas e o convívio coletivo. Estar na rua é uma forma de humanizar a cidade, pedir por essa transformação", conclui o idealizador do bloco.
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