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Campos Neto relata que articulou compra de vacinas da Pfizer no auge da pandemia

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, relatou ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, exibido na madrugada desta terça-feira, 3, que foi ele o articulador da compra das vacinas contra a covid-19 da Pfizer no auge da pandemia de coronavír

Célia Froufe (via Agência Estado)

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Escrito por Célia Froufe (via Agência Estado)
Publicado em 03.10.2023, 07:26:00 Editado em 03.10.2023, 07:32:50
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, relatou ao programa

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Conversa com Bial

, da TV Globo, exibido na madrugada desta terça-feira, 3, que foi ele o articulador da compra das vacinas contra a covid-19 da Pfizer no auge da pandemia de coronavírus. Segundo o banqueiro central, a intermediação ocorreu por uma "coincidência", pois tinha contatos dentro da companhia. De acordo com Campos Neto, dois empresários telefonaram para ele dizendo que precisavam da sua ajuda para comprar vacinas para o País. "Eu disse: entendo, mas vocês estão ligando para o presidente do Banco Central", descreveu, ouvindo como resposta que estavam cientes, mas que contavam com sua ajuda mesmo assim, pois, caso contrário, "não vai funcionar". O presidente da autoridade monetária disse que ligou, então, para "alguém da Pfizer", que explicou a ele que apenas precisava que Campos Neto colocasse o então presidente da República, Jair Bolsonaro - que era declaradamente contrário a vacinas - , em uma videoconferência com o presidente da gigante do setor farmacêutico. "Se concordarem em fazer um contrato amanhã, eu começo a entregar as vacinas em duas semanas", teria garantido seu interlocutor. Nesse momento da entrevista, o jornalista Pedro Bial lembrou das sucessivas tentativas da Pfizer de tentar vender as vacinas por diferentes canais do governo, sem sucesso. "Essa parte aí eu não sabia. Confesso", disse Campos Neto. Bial também rememorou que o banqueiro central, numa discussão de cúpula do governo, teria dito que era melhor destinar uma parte importante dos recursos para investir na vacina e, se fosse o caso, diminuir uma parte dos benefícios que seriam pagos aos mais necessitados durante a pandemia. "Você disse isso na cara de Bolsonaro", questionou o jornalista. "Disse", respondeu Campos Neto, rindo, em seguida, sem dar detalhes sobre a reação do então presidente. Campos Neto disse que foi num encontro com contrapartes de todo o mundo em Basileia - reuniões bimestrais do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), que ouviu de um colega da Europa a preocupação de que a pandemia seria muito grave. Ele contou que buscou um modelo de contaminação do vírus e que, temendo a situação, telefonou para o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no começo de março de 2020. "Disse que estava vendo uma coisa muito complexa ali. Era difícil, porque nem todos estavam convencidos de que existia esse problema. Eu estava mais porque tinha informações de fora", justificou. Apesar do empenho na busca das vacinas, Campos Neto comentou não ser "muito bom de home office". Era difícil trabalhar de casa, segundo ele, porque tem um casal de gêmeos - hoje com 11 anos. Nesta parte da entrevista, ao falar dos filhos, se emocionou. "Eu passei quase o tempo todo indo e voltando de Brasília", contou ele, que tem residência em São Paulo.

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