O senador Renan Calheiros (MDB-AL), autor do pedido de abertura da comissão parlamentar de inquérito (CPI) contra a Braskem, criticou o conselheiro da companhia João Paulo Nogueira Batista, que afirmou, no sábado, 27, que a "dita tragédia" em Maceió causada pela petroquímica, em termos de vidas perdidas, não existiu.
Para Renan, a declaração trata-se de um "deboche inaceitável para o povo alagoano".
"O conselheiro da Braskem João Paulo Nogueira Batista só pode estar escarnecendo, zombando de toda uma cidade onde, graças à mineração criminosa da Braskem, cinco bairros foram afundados, destruídos e hoje são fantasmas", afirmou, em nota pública divulgada há pouco, neste domingo, 28.
O senador citou o número de pessoas afetadas pelo desastre ambiental para rebater o argumento do conselheiro de que "a dita tragédia de Maceió, em termos de vidas perdidas, não existiu".
"55 mil pessoas foram expulsas, 148 mil afetadas, 6 mil pequenas empresas fecharam, milhares foram adoecidas e pelo menos 17 (que temos notícia) cometeram suicídio ao serem arrancadas de suas casas. Isso sem contar com os danos à mobilidade, meio ambiente, habitação", alegou o senador.
"Um deboche inaceitável para o povo alagoano, mas não uma novidade. Nogueira só reproduz o cinismo da Braskem, escolhido como estratégia de publicidade e autopromoção para lucrar com o desastre socioambiental que causou e foi o maior do mundo em área urbana. Pior do que fracassar e não reconhecer a crise corporativa, é se orgulhar do desastre provocado. Uma indignidade com os alagoanos à qual repudiamos com todas as nossas forças", completou.
Neste sábado, 27, Batista afirmou, em uma publicação no LinkedIn, que a ação coordenada de todos e a liderança da Braskem evitaram a tragédia. "Não perdemos uma vida! Estamos desde do inicio engajados em mitigar ao máximo a dor e os problemas vividos pelos moradores da região. Orgulhoso de pertencer ao conselho de administração que liderou todo esse processo!", acrescentou.
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